Estava escrevendo sobre Marcelo Odebrecht, Lúcio Funaro,
Adriana Anselmo e Gilmar Mendes. No entanto, minha amiga Simone Lamim disse que
eu deveria falar sobre o clipe da Anitta. Pensei melhor e achei que para o
momento, o clipe da Anitta mereceria uma reflexão. Logo, atendendo aos pedidos
do público, vou falar dela também.
A primeira consideração a fazer: Anitta é espetacular. Uma
menina saída da periferia, conseguiu construir uma marca de respeito e ser
notícia a todo instante.
Anitta não foi chamada para o Rock´n Rio em 2017. Foi tão
falada quanto os artistas que foram ao convescote musical Anitta casou sem
festa, pronto, virou trending topics. Anitta errou a letra do hino nacional, Anitta
cantou na abertura das Olimpíadas. Anitta, Anitta, Anitta. Ela parece ser uma
versão pop brasileira do filme “Quero ser John Malkovich”. Quem não conhece,
está perdendo. Vá lá e tente reconhecer a Cameron Diaz.
Acho Anitta uma cantora correta. Não acho que sua voz
comprometa quando se aventura por outras praias fora do funk. No entanto, acho Anitta
uma artista gigante por causa do burburinho que consegue causar. Ela é uma
figura pop, mistura batidão, drags, Bossa Nova e marketing. Mestre Gilberto Gil
já percebeu. Num festival na Bahia há 15 dias chamou a menina para cantar com ele.
O mesmo Gil que há exatamente 50 anos se apresentou ao lado de uma mutante e
novata Rita Lee. Gilberto Gil é selo de qualidade.
A boca da Anitta já foi assunto, o peito da Anitta já foi
assunto, o nariz da Anitta já foi assunto. Agora o derrière de Anitta é o
assunto. Vi no Facebook a amiga Ligia
Lopes dizer que foi o máximo a cantora não ‘photoshopar” a bunda e mostrar as
celulites. Também achei, mas me veio a dúvida se é a dela que aparece no começo
do vídeo. Pode ter sido a de uma dublê, justamente para “causar” . Aliás, só vi
o clipe por causa do comentário da Ligia.
Eu achei o clipe uma grande brincadeira. A expressão da
cantora e dos parceiros dela na música era de deboche. Expressão de quem sabia
estar brincando com fogo e foi em frente. Não tenho “lugar de fala” de mulher,
de funkeiro, ou de morador de comunidade, posso ser patrulhado por isso, mas
vou dar minha opinião.
Como música, achei um grande deboche também. Uma música
com melodia e ritmo simples, quase uma canção de roda funkeira. Não gostei, nem
desgostei. Não é minha praia. Vi uma vez e está bom.
Acusam o vídeo de conter hiperssexualização . Numa boa, não é nada
diferente do que os rappers americanos apresentam. Anitta é poderosa há muito
tempo. Obstinada, objetiva, debochada, e acima de tudo, livre. Ela se deu ao
luxo de ser sensual brincando. Mais uma vez conseguiu marcar um gol. Nesse
mundo de celebridades instantâneas, Anitta já está nele há bem mais do que 15
minutos.
Amanhã falo do Gilmar Mendes, outro poderoso debochado.
Se você estava em Marte e não viu, segue o clipe da
Anitta:
PS – Enquanto escrevia esse texto Vai Malandra virou uma
das 20 músicas mais ouvidas do mundo no Spotfy.
A Anitta deve estar rindo e muito.
A bunda é dela sim!!!
ResponderExcluirE canta bem sim. è o que acho mais incrível nela!
Também acho ela boa cantora.
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