Fui a um evento e o palestrante fez a pergunta
intrigante. Quem decidiu o candidato a presidente? E o candidato a governador
do Rio?
O pânico se instaurou entre os presentes. Não há candidaturas
consolidadas para estes cargos. A eleição nacional tem em Lula um ponto de
interrogação do tamanho do primeiro turno. O radicalismo de Bolsonaro também
lhe tira, por enquanto, uma chance mais concreta de vitória.
Como estamos em época de desenhar cenários, sejam eles realistas ou não,
resolvi esboçar um também. A partir de agora vou brincar com uma
hipotética bola de cristal.
Digamos que você é um político relevante. Cumpriu seus mandatos e saiu
sem arranhões. Vieram os escândalos do mensalão e da Lava-jato. Você continuou intrépido
e sem escoriações.
Você é um político vaidoso, os jornalistas ainda o procuram para saber
suas opiniões. Você lança um nome aqui, outro acolá, e dá suas opiniões sobre o
cenário nacional.
Sua idade não está a favor. Mas hoje em dia o conceito do que é velhice
mudou em relação ao que era há 20 ou 30 anos.
O candidato que poderia ser o grande empecilho para o seu projeto foi
retirado do jogo. O país está indefinido, procurando um nome de
conciliação.
Aos poucos seu rosto começa a se destacar na multidão. A poeira vai baixando.
Antigos correligionários começam a dizer. “O senhor tem condições de vencer”.
“Precisamos de um nome que possa apaziguar todos os setores”. “É hora de
contarmos com o que temos de melhor”.
Você estava com vontade de voltar. Esperava por essa oportunidade, por esse
“empurrãozinho”. No apagar das luzes para inscrição das chapas, surge seu
nome.
Se você ainda não entendeu a brincadeira, vou matar a charada. Sim, ele
mesmo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Estou autorizado pelo editor
deste espaço, no caso, eu mesmo, a fazer esses levianos exercícios de
futurologia. Digo mais, se Lula não conseguir ser candidato, essa mosca azul
vai sobrevoar as cabeças tucanas.
FHC está em plena atividade, participando de todas as conversas dentro
de seu partido. Essa história de lançar o Luciano Huck, não dar uma sinalização
firme em favor de Geraldo Alckmin... Sei lá, não me surpreenderia que o
ex-presidente fosse o candidato tucano. Acho que isso teria chance de acontecer
se Lula realmente vier a ficar de fora da disputa.
Como eu disse anteriormente, isto é só um leviano exercício. O cenário
eleitoral confuso permite essas ilações. De qualquer forma, não ter um nome com
cara de vencedor deixa a porta aberta para este tipo de candidatura. E aí,
FHC seria a “pinguela” para a passagem
deste momento confuso da nação. O tempo dirá se minha “bola de cristal” viu
certo, ou se ela estava turva.
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