Como a SGR
está deixando a Rua do Russel 434, resolvi fazer uma antologia de meus momentos
lá. Como habitei aquele prédio entre os anos de 1998 e 2017, ou seja, 19 anos,
vou fazer uma lista de 19 momentos que marcaram minha trajetória por lá. Os
eventos não têm ordem cronológica ou de importância. É uma lista de lembranças.
Bem, vai começar a brincadeira de Buzzfeed.
1)- Soube da morte de minha mãe enquanto estava de plantão. Já contei
a história num post, logo não vou me estender no assunto.
2)- Enquanto fechava o Globo no Ar em 2003, minha mulher me
ligou dizendo que meu filho resolvera chegar quatro dias mais cedo. Fiz o
percurso Gloria-Humaitá em 10 minutos.
3)- Estava preparando a pauta dos repórteres mas sofria
horrores com uma alergia. Inacreditavelmente, naquela época, a redação tinha
carpete. Dei um espirro tão forte que travei a coluna. Fui levado ao hospital e
fiquei 15 dias de cama.
4)- Anunciar na Rádio Globo que o novo Papa se chamava Bento
XVI. Ao voltar ao estúdio, soube que em outros veículos o novo pontífice se
chamava Benedito. Imaginem o alívio de estar certo. Errar nome de papa deve
garantir passaporte para o Hades.
5)- Chegava pra trabalhar no plantão de carnaval de 2013 e uma
produtora entrou na minha sala e avisou: o papa Bento XVI renunciou. Como não
reagi, ela perguntou: “você entendeu?” Entender, eu tinha entendido, só não
queria acreditar.
6)- Atender uma ligação do comandante do Grupamento Marítimo e
receber a informação: caiu um ultraleve em Mangaratiba. O Herbert Viana estava
dentro.
7)- Apresentar o primeiro Globo no Ar. A cabine de locução
estava em obras e tive que ler o jornal na frente do Haroldo de Andrade. Tremi
dos pés à cabeça.
8)- Ouvir de Gérson, o Canhotinha de Ouro, um longo relato sobre
a tática para o Brasil vencer a Itália na final da Copa de 70.
9)- Eu e o Luiz Mendes fomos os únicos a colocar o Brasil como
campeão da Copa de 2002 no bolão da emissora. Aliás, todas as histórias que
ouvi do Luiz Mendes na redação entram na antologia.
10)-Apresentar a Domingueira da Globo. Durante 9 meses, o fim
dos meus domingos era no ar, me divertindo. Eu era feliz e sabia.
11)- Anunciar o naufrágio da P-36 na Bacia de Campos. Sair da
redação, correndo, com a roupa do corpo para fazer a cobertura em Macaé.
12)- Correr para pegar elevador e perceber um pouco antes que apesar
da porta aberta, ele não estava no lugar. Seria uma queda livre de seis
andares. Para ficar claro, eu não caí.
13)- O primeiro programa que apresentei na CBN. Um CBN Rio
porque meu irmão Alexandre Caroli estava afônico. Soube que apresentaria o
programa 10 minutos antes de entrar no ar. De novo, tremi dos pés à
cabeça.
14)- O primeiro programa que apresentei na Globo. Globo Cidade.
O titular, Eraldo Leite, estava de folga e fui para o microfone.
15) - Brasil 1 X 7 Alemanha. Não vi o terceiro, o quarto e
o quinto gols. Saí para beber água e quando voltei a desgraça já estava consumada.
16)- Acompanhar o anúncio do Papa Francisco e não entender a voz
embolada do Camerlengo.
17)- O 11 de setembro e a sensação de incredulidade das imagens
vistas na televisão.
18)- Meu último dia na CBN em 2007. Saí chorando e
deixando muita gente querida por lá.
19)- Meu último dia na Rádio Globo em 2017. Saí de lá chorando,
comendo bolo de laranja (o meu preferido) e recebendo uma salva de palmas, que
realmente não me acho merecedor.
Caramba, cair 6 andares em queda livre? Como você não teve algo grave?
ResponderExcluirEu não caí. Escrevi “seria i a queda livre”.
Excluirah sim eu que não prestei atenção, sorte sua
ExcluirAmor antigo, que não acaba. A mudança foi feita. Mudou tanta coisa que quase não precisava de caminhão pra levar o que sobrou. A história não muda. Foi escrita 19x19x19x19...capítulos para contar. Por isto o amor não acaba. Como? Não sei. Só sei que foi assim
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