Recebia uma mensagem do Giovanni Faria enquanto
dava aula: "a partir de 29 de julho entra no Ar a Domingueira da Globo, um
programa apresentado por você”.
Era 2012 e eu havia voltado para o SGR a convite do
próprio Giovanni dois anos antes. Apresentei programas antes e depois da
Domingueira, mas sempre a terei num lugar especial. O motivo é simples.
Planejei o programa com total autonomia, fiz as entrevistas que achei pertinentes
e os quadros que pensava serem corretos para o horário. Toquei as músicas que
gostava, mas acima de tudo, fiz o programa com pessoas em quem confiava.
Então, no dia 29 de julho começava a minha aventura
de 8 meses como apresentador titular de um programa na Rádio Globo. Como o nome
indica, a Domingueira era semanal, em formato de revista eletrônica e a
obrigação era se divertir e curtir a vida, como eu falava no fim do editorial
de abertura.
A Domingueira foi o projeto pelo qual tenho mais
carinho em toda minha trajetória no rádio. E o que é muito importante: era uma
obra coletiva. Quem tinha uma ideia e quisesse colocar no programa, me
apresentava e a gente ia em frente. Foi assim com o professor Narigueta, feito
pelo Fabio Azevedo para falar de futebol. Funcionou assim também a criação do
Mundo Animal, produzido pela Karla de Lucas, para falar da grande paixão dela,
os bichos.
Conversei com a coordenadora do Cedope do SGR,
Wanessa Canellas, e reeditamos o quadro Rádio Memória, que ela fazia no
programa do José Carlos Araújo, mas que depois da saída dele da emissora não
foi mais transmitido.
O quadro Domingueira Debate era uma conversa entre
algumas pessoas da redação, numa tentativa de levar ao ar os assuntos jocosos
que conversávamos nos bastidores. Tinha o quadro Próximos Capítulos, em que eu
e a repórter Marcela Capobianco falávamos o que iria acontecer na novela das 9
da TV Globo. No período que o programa durou, as novelas Avenida Brasil e Salve
Jorge foram os temas. O embrião do podcast Novelando estava nesse quadro.
A Domingueira da Globo só foi possível porque três
pessoas abraçaram o projeto. As produtoras Cintia Brand e Marcela Capobianco e
o mago da sonoplastia Marcelo Louro. O cara já operou o programa do Haroldo de
Andrade e abraçou a causa, dirigindo as gravações, aconselhando temas, indo
muito além do que precisava ir.
Cintia e Marcela marcaram entrevistas e atrações
maravilhosas. A gente conseguiu levar artistas ao vivo no estúdio domingo à
noite. Isso não é pouco. Entrevistamos Martinho da Vila, Lenine, Luiz Melodia,
Leoni, Hyldon, Péricles e tanta gente, que ficaria difícil de listar.
Acho que a Domingueira, para usar uma metáfora do
Galvão Bueno, separou o menino do homem, na minha vida diante do microfone. Foi
escola e foi piloto de um rádio que eu acreditava. Um veículo que emociona,
informa e faz rir. E claro, presta serviço.
Obviamente, nem tudo que vivi foi flor e perfume. Eu tinha um estilo diferente, minha voz não é a voz clássica de um
apresentador e eu estava na chefia. Claro, houve resistência. Seria uma ilusão
pensar que não haveria.
Um dia recebi um elogio inesperado ao programa.
Loureiro Neto passou por mim no corredor e disse: “o programa está redondinho. Começo
a ouvir quando vou para a cama e não consigo dormir. Está no caminho certo,
parabéns”.
Para a história da Rádio Globo teve pouca ou
nenhuma importância. Para minha vida profissional, a Domingueira da Globo foi talvez
a mais gratificante, divertida e significativa experiência radiofônica. Foi fugaz,
afinal, foram só 8 meses, mas foi intensa e feita com muita vontade por quem se
envolveu.
A vida só vale se for divertida. Então, curta a
vida!
Eu curti muito....
ResponderExcluirObrigado pela parceria, querida.
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