Minha escrita depende do movimento. Admiro quem
fica em casa, olha para o teto e um jorro de palavras parece descer do céu.
Como estou explicando, este ofício para mim depende das histórias que ouço.
Fragmentos que me ajudam a criar outras histórias.
O Blog chegou a 50 mil visualizações. Não foi fácil. Precisei escrever
mais de 150 textos em dias consecutivos para alcançar este número.
Expus minhas dúvidas, errei bastante, mas também acertei ao longo destas
50 mil visualizações. O engraçado são as reações dos meus queridos
leitores.
Às vezes escrevo um texto que acredito ser de pouca receptividade e tenho muitas
visualizações. Em outras oportunidades, acho que escrevi um campeão de
audiência, mas o post tem menos acessos.
No entanto, pra minha sorte, a generosidade de quem acompanha o blog é
tamanha que não há dias com menos de 200 visitantes. Fico pensando na
responsabilidade. Esse nosso mundo sem fronteiras faz com que os textos cheguem
a lugares tão remotos, que tenho a certeza que não irei fisicamente a eles. Por
exemplo, há leitores na Ucrânia. Menos de 1% veio de lá. No entanto, o que
escrevo foi mais longe do que a minha voz sem amplificação poderia
alcançar.
Por isso é melhor não ofender. Para ficar claro, ofensa é diferente de
crítica. Acho que meu estado e minha cidade estão pessimamente administrados. Temos
que nos apegar às crenças para enfrentar os seguidos abandonos que
presenciamos todos os dias.
Em todos os textos que registraram marcas importantes, tentei fazer um
balanço da trajetória do blog.
Acho que desta forma posso aproximar as pessoas que leem dos bastidores
da criação. Digo a vocês, não é fácil. Escrever pode ser arriscado. Apesar de
acreditar piamente na sentença de Nelson Rodrigues, que toda unanimidade é
burra, incomoda quando há críticas ao que você escreveu.
Claro, os anos de janela fazem com que você assimile as críticas, mas
quem disser que é indiferente ao que falam de si está mentindo, ou atingiu um
grau de desprendimento da matéria que sei ser inatingível pra este geminiano
vaidoso.
Estou orgulhoso dos números do blog. Estou agradecido por tantas pessoas
terem tido a generosidade de ler as mal traçadas linhas por esse escriba
acidental. Passei minha vida usando a voz para me expressar. No entanto, a
escrita vicia, agrava sintomas da alma e liberta sentimentos.
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