terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Tarde quente no Rio

A vida é curiosa e é necessário ter um olhar atento aos pequenos fatos. As coincidências são misteriosas. Às 15h40m dois carros do Corpo de Bombeiros passaram com as sirenes ligadas aumentando a poluição sonora (se isso é possível) na Avenida Almirante Barroso. Ao mesmo tempo que essa cena banal de uma grande cidade acontecia, dois homens passavam na calçada no sentido contrário carregando extintores de incêndio, calmamente. 

Em tudo eram diferentes. Eram dois bípedes, caminhando calmamente com os extintores. A incomodar-lhes somente o sol inclemente do Rio de Janeiro no árido ambiente formado pelos prédios do Centro do Rio. Os bombeiros, a bordo de veículos motorizados, tinham a urgência de quem precisa chegar para debelar o incêndio. Os dois homens tinham a calma de quem carregava extintores que se tudo estiver certo jamais serão usados. 

O interessante é a intercessão que mora no incêndio em relação ao ocorrido. Um como fato concreto que precisa ser resolvido, outro como ideia possível, porém distante, intangível. 

Na verdade, dos diversos tipos de pessoa da fauna humana, dois se destacam aqui. Aqueles que precisam apagar incêndios e agem com urgência e aqueles que atuam na prevenção. Quando fogo surge, foi porque a galera da prevenção deu aquela vacilada. 

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