E aí Guilherme? Você ficou me devendo um chope. Outro
dia, consegui almoçar com o Marco Grillo e falamos de você. Cara, essa vida
corrida é um problema. A gente não deve ficar adiando muito as coisas, porque o
destino pode impedir novos encontros.
De vez em quando, ao sair da sauna do Piraquê, ainda olho
em direção ao campão pra ver se encontro você. Algumas vezes a gente ficava
conversando depois da sua pelada (quando conheci você, meu joelho já era
imprestável para o nobre esporte bretão).
A última vez que a gente se encontrou foi no show do João
Mauro Senise, na Sala Baden Powell. A gente conversou pouco antes do show. Depois você
teve que sair apressadamente, mas ficamos de marcar o tal chope.
Essa velha tradição carioca é chata, a gente adia e aí...
O fato é que esse chope não vai rolar, né?
Esse negócio de sair apressadamente não foi bom. A vida entendeu que você
deveria sair de cena rapidamente, aí deu no que deu.
Sábado passado foi seu aniversário. Vi uma charge na
timeline do João Mauro e lembrei ainda mais de você. Queria saber o que está
achando do Botafogo. Bom, agora todo mundo que assistia suas reportagens sabe
seu time. O ano não foi de taças, mas foi de vitórias. Acho que junto com os
botafoguenses da galera, você estaria vibrando.
Rapaz, não sei como é o wi-fi do céu, então vão algumas
atualizações: você sabia que por sua causa o Gustavo, tricolor doente, colocou
uma camisa do Botafogo. O que se faz pelos amigos! Bem, o João se inscreveu no
The Voice 2018, acabei de ver. Tomara que ele vá longe.
Um ano depois, todo mundo que fala de você, só consegue
lembrar do seu sorriso e de como ele faz falta. Ele realmente contagiava. A
foto que ilustra este texto é uma das poucas em que estamos juntos (aliás, que
time tinha o portal nessa época!). E, claro, você estava sorrindo.
Saiba que guardo na alma a maioria das resenhas futebolísticas
que eu, você, Lisandro, Marco, Matheus e Gustavo levávamos. Eu era o único
rubro-negro e vocês tiveram que me aturar no título de 2009, lembra?
Ainda me lembro da brincadeira que você fez comigo uma
vez que eu troquei de carro. Eu comprei um Siena depois de me aborrecer
seguidamente com o carro anterior. Você me disse: “ah, você vai parar de ir
tanto ao mecânico, porque se os taxistas compram, o carro é resistente”.
Pensando bem, acho que você estava sendo irônico com a minha capacidade de
cuidar de carros. Tudo bem, amigos podem fazer esse tipo de brincadeira.
Lembra quando você disse para eu preparar minhas aulas de
forma a contar uma das minhas histórias ao final de cada encontro. Você me
disse que era o melhor das aulas. Estou tentando fazer isso.
Guilherme, acho que fiz esse blog para compartilhar essas
histórias. Saiba que carrego comigo um pedacinho de todos vocês que estiveram comigo
na sala de aula. Guardo na alma nossos encontros. Honestamente, não contava que
você fosse fazer parte de um blog meu como uma saudade.
Perdão, mas em novembro do ano passado não consegui
escrever nada sobre sua partida. Trabalhei intensamente no dia, talvez por
isso, a ficha demorou a cair. Depois as palavras se foram, ou simplesmente fugi mesmo do assunto.
Sei que no breve e intenso tempo que você ficou por aqui,
opiniões muito mais relevantes do que a minha incentivaram sua jornada. Mas
ainda bem que consegui dizer a você o quanto me orgulhava de em algum momento
ter feito parte da sua trajetória. Acho que como professor, a gente acaba se
realizando também com as conquistas profissionais de vocês.
Guilherme Marques, faltou o chope. Vacilo você ter ido
tão rápido. Então, faz o seguinte: toma um chope por aí, toca um tamborim, pede
um autógrafo pro Almir Guineto e pro Nilton Santos. Aqui embaixo a gente toca o
barco e mantém você vivo nas nossas lembranças.
Fica bem, Guilherme.
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