A câmara dos deputados não deu licença para que o
deputado Marcio Moreira Alves fosse processado. O ano era 1968 e o deputado
carioca fizera um discurso que irritara os militares. A decisão parlamentar foi
o pretexto que a linha dura precisava para dar um golpe dentro do golpe e
decretar o tenebroso AI-5, a “Sexta-feira 13” mais longa da história do Brasil.
Passaram-se quase 50 anos. O honrado Senado Federal
livrou o pescoço de Aécio Neves, devolveu-lhe o mandato e “sambou na cara” da
sociedade e da justiça que o mandara ficar em casa de noite. Em se tratando de
Aécio, talvez isso fosse mais doloroso do que a Papuda.
Para o bem, como no caso de Marcio Moreira Alves, ou para
o mal, como no caso de Aécio, o poder legislativo é corporativo por excelência.
A decisão da presidente do Supremo,
ministra Carmem Lúcia, de submeter ao plenário medidas judiciais contra
parlamentares no exercício do cargo, deu a desculpa legal para o corporativismo
ser posto em prática.
A desenvergonhada corrupção do Rio vai ter mais uma
bofetada na opinião pública nesta sexta. Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson
Albertassi devem sair da prisão. O
poderoso chefão no ensina que não há nada mais solidário do que os mafiosos.
Diante do que acontece na Alerj, chamar a casa de máfia é elogio. Pelo menos o
cinema hollywoodiano criou obras primas tendo a máfia como tema. Os personagens
daqui são mais perigosos e menos glamorosos, eles não são romanceados, eles são
reais.
Olhemos a situação do Rio: os três últimos presidentes da
Alerj estão presos. Cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado estão
afastados por suspeita de corrupção. E no meio disso tudo, descobrimos que em
10 anos o Rio teve 218 bilhões de renúncias fiscais.
Agora dá para entender porque o funcionalismo está sem
décimo-terceiro de 2016 e a pindaíba que esse estado se encontra. Esses 218
bilhões em renúncias ficais é quase quatro vezes o prejuízo da Petrobras. Renúncias
fiscais em que não há segurança se houve alguma contrapartida para os cofres
fluminenses.
Cabral e sua gangue são os piores criminosos da história do Rio.
Esqueçam Escadinha, Piruinha, Fernandinho Beira-Mar ou Castor de Andrade. Cabral,
Piccianni, Paulo Melo, Sergio Cortes são a “Famiglia” mais perniciosa e
perigosa que já atuou no Rio.
Cresci ouvindo que o “chaguismo” foi fisiológico, que o “brizolismo”
foi caótico e desorganizou o estado. No entanto o “cabralismo” foi quadrilheiro
e atuou com desfaçatez. Não tenho esperança de que saia algo de bom da Alerj.
Os três “capos” vão se safar. O pior, se nada acontecer, serão eleitos novamente no ano que
vem. Pois compram seus votos com centros sociais ou coisa pior.
Uma pergunta que me faço: Não há conexão entre o tráfico de
influência e o tráfico de drogas? As duas quadrilhas não têm nada em comum?
Dinheiro sujo é dinheiro sujo e os dois podem se encontrar em algum lugar, quem
sabe no tráfico de armas? Não sei, só consigo me lembrar da entrevista que o
coordenador da força-tarefa da Lava-Jato no Rio, Eduardo El Hage, deu ao Globo.
Um delator disse a ele que o trabalho dos investigadores é infinito.
Bem, ao se confirmar o rodízio de pizza na Alerj, o
caminho é fazer o que o ex-deputado Helio Luz me disse certa vez: colocar uma
tranca na porta e transformar o plenário da Alerj numa grande cela.
Maravilha!!!!!!!!!!!!!!! Creso, você me representa!!!
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