quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Aí, ruinzão, tio

O período entre festas está curioso e despertando algumas reflexões. No próprio dia 25 após aquele tradicional almoço em que as pessoas ainda estão com parte da ceia noturna no organismo, peguei um táxi para me locomover a um outro compromisso familiar, ah a agenda cheia de dezembro...

O caminho era curto, mas havia a Lagoa e o trânsito provocado pela árvore como obstáculo. Antes que alguém diga que farei uma reclamação elitista sobre a árvore, explico-me: sou totalmente a favor da árvore, como se diz hoje em dia sou #teamárvoredalagoa, mas seria hipocrisia não dizer que o trânsito piora muito na região com ela. 

Peguei um taxista conversador, coisa que adoro, diga-se de passagem. Perguntei ao bom homem como estava o trânsito, e ele fez um boletim que provocaria inveja ao meu amigo Genilson Araujo. E ainda enriqueceu a narrativa com alguns toques pessoais: “Fui em Bangu na cada da cumadi. Tive que ir lá. Comi um bocadinho e tomei uma cervejinha”. Pensei que quando se confessa ter tomado uma cervejinha é porque esse número é um pouco maior. Escondendo a intensão de provocar, perguntei a ele se não havia Lei Seca naquela hora. Ele me disse que não, com veemência E seguíamos pela Epitacio Pessoa em direção a Copacabana. Aqui vai uma informação útil. O trânsito fica mais embolado pela Epitacio Pessoa do que pela Borges de Medeiros. Não compreendo isso, pois a árvore é perfeitamente visível pelas duas avenidas. 

Enquanto trafegávamos por lá, uma kombi adesivada de uma igreja evangélica deu uma fechada nada cristã em nosso carro. No vidro de trás do veículo vinha escrito “Jesus te ama”. Pensei, Jesus sim, mas o barbeiro ao volante, não. Mas prosseguimos. Conseguimos chegar para o outro compromisso. Depois de uma estada agradável fomos para casa e o dia seguinte amanheceu com sol. 

Foi razão suficiente para que o “rato de praia” adormecido em mim ressurgisse. Acordei e tentei fazer com que algum familiar dividisse minha empolgação praiana. Como não consegui adesões do meu núcleo familiar por alguns motivos, um nobre e outros nem tanto, fui com meu amigo Alexandre Caroli à praia. 

Encontrei dois alunos, com um conversei  mais um pouco e outra apenas cumprimentei de longe. Numa das idas ao mar, vi jovens que praticavam “altinha”. Justamente no momento que passei, a bola escapou ao controle dos “atletas e se ofereceu a mim (a bola procura os craques), e eu fui rápido e já passando da linha da bola, estiquei a perna e dei um preciso toque de calcanhar. Bem, essa história teria final feliz se a bola se mantivesse em jogo e os jovens continuassem a altinha. No entanto, meu toque de calcanhar foi para o lado errado e atingiu uma moça que lia um livro calmamente em uma cadeira. Um dos jovens que estavam jogando virou-se para mim e disse: “aí, ruinzão, tio”. Fui rapidamente para o mar mergulhar minha vergonha. A verdade é que você deve ter noção de suas limitações e não estragar a altinha de ninguém. 

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