A
situação de desabastecimento na Cidade do Cabo me lembrou um filme de ficção científica.
“Num futuro distante....” O problema é
que o futuro chegou. Diferentemente de uma mensagem publicitária positiva, o
futuro chegou e mostra uma situação de extrema gravidade.
Como recurso, as autoridades sul-africanas estão recomendando
uma tática de “dedodurismo”. Pede que as pessoas fiscalizem seus vizinhos e
impeçam que eles gastem água indevidamente. Para dar uma amenizada, recomendam
que as pessoas não sejam agressivas e usem palavras amigáveis.
No mundo de hoje, em que predomina o egoísmo, em que as pessoas “apontam
o dedo” na direção das outras sem a menor cerimônia, é um risco o incentivo oficial
a este tipo de atitude. Implementar uma fiscalização coletiva pode resultar na
criação de tribunais paralelos.
A reportagem de Sérgio Matsura, do jornal O Globo, informa que os moradores da Cidade
do Cabo conseguiram reduzir o consumo nos últimos dois anos, mas mesmo assim, a
medida ainda é insuficiente para evitar o colapso do desabastecimento.
Engenheiros olham para o céu e torcem para que a chuva chegue.
Os moradores do sertão brasileiro sabem bem qual é essa sensação.
Na África do Sul são 4 milhões de pessoas se podem ficar
totalmente desabastecidas em julho. O que a gente aprende com isso?
Continuamos a lavar calçadas com água potável. Na África do Sul
é ilegal. Talvez fosse a hora de importarmos essa medida de lá. Além disso,
deveria haver incentivo para que condomínios reutilizassem água. São Paulo já
tomou um susto há 4 anos, o Rio deveria se preparar para evitar que o problema
aconteça por aqui.
Se você acha que as questões ambientais são algo distante, olhe
para a Cidade do Cabo. Sem água potável, o ser humano morre.
Não é absurdo pensar num cenário de pessoas quebrando casas, bebendo
água das piscinas e matando por um copo de água.
E para
piorar, os sul africanos enfrentam um período de instabilidade política, pois o
ex-presidente Jacob Zuma saiu ao não resistir aos inúmeros escândalos de
corrupção. Em seu lugar o vice-presidente, Cyril Ramaphosa, assumiu o governo.
O novo
mandatário terá que administrar um país que a economia cresce pouco e está
prestes a encarar um colapso social com a falta d’água numa das principais
cidades do país.
E
Ramaphosa não vai resolver a seca com uma intervenção federal. A solução é
rezar para a entidade das chuvas dá uma força à população da África do Sul.
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