terça-feira, 7 de maio de 2019

Governador-Rambo ou governador -maluquinho

Primeiro o governador do Rio de Janeiro posou com um fuzil apreendido pela Polícia. Depois, Wilson Witzel acompanhou embarcado num helicóptero operação policial em Angra dos Reis. Senti-me diante da tela do meu celular assistindo uma versão de Rambo, soldado americano vivido nos anos 1980 por Silvester Stalone. Seria algo como Rambo in Rio.

No primeiro dia do governo já era possível vislumbrar que vinha coisa esquisita por aí. Witzel arrumou uma “faixa governamental”, que nenhum dos seus antecessores usou na posse. Parece que o governador do Rio tem um viés marqueteiro como o ex-presidente Fernando Collor de Mello. 

Para coroar a semana animada, o governador se hospedou num hotel de luxo em Angra. Witzel explicou que as despesas dele foram pagas do próprio bolso e que o hotel ofereceu “apenas” a hospedagem. 

O governador é ex-juiz e deve conhecer de cabo a rabo as leis que regem o serviço público. Por isso, deve ter de cor o parágrafo que torna legal o fato de uma instituição privada oferecer “apenas” a hospedagem a um servidor. No entanto, moralmente, ficou bem esquisita a generosa oferta do hotel. 

Wilson Witzel vem demonstrando nesses quase 130 dias de governo um certo deslumbramento com a função. Não conseguem sair da minha cabeça as imagens de Collor com quimono lutando Karatê ou sentado num caça da Aeronáutica. 

Governador, enquanto o senhor brinca de Rambo, há algumas coisas a resolver. Sua polícia continua com uma taxa de letalidade elevada. Não parece haver planejamento, só ações pirotécnicas para suas aparições. Quais são, por exemplo, as  soluções para quando o período de recuperação judicial do estado acabar e alguns pagamentos suspensos voltarem? Ouço barulhos de grilo ar...

Lembro que uma vez César Maia, ainda na prefeitura, usou um casaco de couro com a temperatura ambiente de 40 graus. Por conta de suas ações, levou o apelido de “prefeito maluquinho “. Pelo menos ele não empunhava armas, no máximo varria a Marquês de Sapucaí com os garis. Agora o Palácio Guanabara é ocupado por um governador no mínimo excêntrico. Não se sabe se governador-Rambo ou governador-maluquinho. Tanto um personagem quanto outro são obras de ficção e o Rio precisa de um administrador na vida real, que tenha uma visão estadista e rejeite ofertas de hospedagens de hotéis particulares. 

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