No primeiro dia do governo já era possível vislumbrar que vinha coisa esquisita por aí. Witzel arrumou uma “faixa governamental”, que nenhum dos seus antecessores usou na posse. Parece que o governador do Rio tem um viés marqueteiro como o ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Para coroar a semana animada, o governador se hospedou num hotel de luxo em Angra. Witzel explicou que as despesas dele foram pagas do próprio bolso e que o hotel ofereceu “apenas” a hospedagem.
O governador é ex-juiz e deve conhecer de cabo a rabo as leis que regem o serviço público. Por isso, deve ter de cor o parágrafo que torna legal o fato de uma instituição privada oferecer “apenas” a hospedagem a um servidor. No entanto, moralmente, ficou bem esquisita a generosa oferta do hotel.
Wilson Witzel vem demonstrando nesses quase 130 dias de governo um certo deslumbramento com a função. Não conseguem sair da minha cabeça as imagens de Collor com quimono lutando Karatê ou sentado num caça da Aeronáutica.
Governador, enquanto o senhor brinca de Rambo, há algumas coisas a resolver. Sua polícia continua com uma taxa de letalidade elevada. Não parece haver planejamento, só ações pirotécnicas para suas aparições. Quais são, por exemplo, as soluções para quando o período de recuperação judicial do estado acabar e alguns pagamentos suspensos voltarem? Ouço barulhos de grilo ar...
Lembro que uma vez César Maia, ainda na prefeitura, usou um casaco de couro com a temperatura ambiente de 40 graus. Por conta de suas ações, levou o apelido de “prefeito maluquinho “. Pelo menos ele não empunhava armas, no máximo varria a Marquês de Sapucaí com os garis. Agora o Palácio Guanabara é ocupado por um governador no mínimo excêntrico. Não se sabe se governador-Rambo ou governador-maluquinho. Tanto um personagem quanto outro são obras de ficção e o Rio precisa de um administrador na vida real, que tenha uma visão estadista e rejeite ofertas de hospedagens de hotéis particulares.
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