quarta-feira, 14 de julho de 2021

Prioridade não é exclusividade

 Motociclistas são muito abusados entendem que não pode haver mudanças de faixa, já que a “pista” do meio, ou o “corredor” pertence a eles. Ciclistas adoram uma contramão, subir numa calçada e com a justificativa de “um carro a menos”, barbarizam no ecossistema viário. 

Mas há um lugar em que o pedestre se vinga: a ciclovia da Lagoa. Mas é uma vingança com requintes de crueldade. Se a pessoa deseja saber como é isso, basta tentar pedalar na ciclovia num fim de semana. 

Esse problema me aflige porque tenho tentado usar a bicicleta como meio de transporte para trajetos curtos.  Ok, dou “uma roubadinha”, minha bicicleta é de “pedalada assistida”. Ou seja, se estou com preguiça, ligo a bateria e o “trabalho” fica mais fácil. Mas eu tenho que pedalar, a bateria faz apenas parte do trabalho. Não é uma moto disfarçada de bicicleta. 

Com essa explicação, voltemos à Lagoa. A primeira observação que faço são aos pais e mães “professores”. Eu sei que é função dos progenitores ensinar aos rebentos a arte de pedalar, mas é aconselhável levar a prole, por exemplo, ao Parque dos Patins. A ciclovia pode ser um ambiente hostil. Vejam Procurando Nemo. O peixinho sai da barreira de corais e acaba no aquário de um dentista, tendo como carcereira uma criança sádica. Então, primeiro eles deveriam ensinar a “navegação” em águas abrigadas e depois permitir que ultrapassassem a “barreira” de corais. 

Gosto de animais, não gosto de donos de animais que passeiam com os cães de coleiras compridas. Pois quando estão numa pista e deixam o pet na outra com a coleira no meio provocam engarrafamento na ciclovia ou até mesmo acidentes. Eu já voltei empurrando a bicicleta de Ipanema até Botafogo por que o dono não controlou o cão, me embolei com a coleira, caí, entortei a bicicleta e ralei o joelho. Ainda bem que o cão não se feriu, pois aí, além de lidar com a minha raiva do dono, teria que lidar com a culpa de ter machucado o bicho

Mas “gosto” mesmo dos que andam em dupla, tomando conta das duas mãos. Aqueles que caminham deliciados pela paisagem e se esquecem que há neuróticos que precisam passar.  Buzino, peço licença e, em casos extremos, grito: olha pista”!

Já pensei em mandar fazer uma camiseta “pedestres, prioridade não é exclusividade”, ou fazer uma plaquinha com os mesmos dizeres. Quem sabe os dois. Para não me aborrecer, nos fins de semana, acabo indo pelas ruas. E o que faço? Pego contramão, subo em calçadas… ciclistas são muito abusados.

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