sábado, 23 de novembro de 2019

Um Flamengo que entra para a história



Há uma frase atribuída ao escritor italiano Umberto Eco que sempre gosto de citar: futebol é a coisa mais importante das coisas sem importância. Assim que Gabigol virou o jogo em Lima, comecei a chorar como uma criança. Um minuto após, minha filha ligou para mim também aos prantos. Ela misturava riso e choro e dizia: “pai, eu falei que a gente iria ganhar”. Meu filho me ligou dizendo uma série de palavrões comemorando e reclamando dos caras que estavam secando o time no lugar onde acompanhava o jogo. 

Vou dar um depoimento bem pessoal. Na madrugada de sexta passei mal e fui parar no hospital. Fiquei internado em observação até 4 da tarde deste sábado. Ou seja, por pouco eu não acompanho essa final diretamente da unidade coronariana de um hospital. 

Então vocês podem imaginar como foi ver o jogo. Minha mulher não queria que eu visse. Eu prometi me comportar. Uns poucos amigos que souberam da minha ida ao hospital me aconselharam a não ver a partida. 

Contrariei a todos e fui para o jogo. Eu, minha poltrona da sorte todas as mandingas de torcedor. Quando saiu o 1 a 0, pensei, minhas mandingas foram em vão. Troquei impressões sobre a partida com meu amigo Alexandre Caroli. No intervalo disse que não acreditava que o River conseguisse manter aquele ritmo. No entanto, com o andar da carruagem, falei com ele: “acabou”. Ele que já jogou bola me disse: tem “muito tempo”. Felizmente, ele estava certo. 

Esse time entrou para a história. E a reação dos meus filhos, dos meus amigos e o meu choro provam que até o Umberto Eco pode errar. Há dias que futebol é a coisa mais importante das coisas mais importantes. Este dia 23 de novembro, certamente, é um desses dias. 

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