No entanto, me chamou atenção a apresentação do Eriberto Leão. O ator cantou Agora só falta você, um hino de Rita Lee. E correu pela plateia, chamou o público e empolgou quem estava lá. Algo me incomodava e Ana Carolina, a quem sou indiferente, resolveu desafinar o coro dos contentes e traduzir o meu sentimento. Todos deram aquelas notas 10 ou 9,9, tecendo loas ao ator. A cantora pediu para explicar o seu 9,7.
Não conseguirei repetir literalmente os argumentos dela, mas foi algo assim: o cantor tem que colocar 50% da energia na performance, mas deve ter 50 de preocupação em cantar afinado. A cantora continuou e falou o que os especialistas perceberam e não comentaram: Eriberto Leão desafinou algumas vezes na execução da música.
O problema é com as terminações. Ele começava atacando as notas até direitinho, mas depois ia por um caminho diferente do tom e batata! Desafinava no fim das frases.
A vida é assim, tem que tomar cuidado com “as terminações”. Elas vão deixar a impressão definitiva se você desafina ou canta direito. Este problema com o fim das frases vem do relaxamento ao achar que a tarefa já foi bem executada antes de estar terminada.
O futebol é pródigo em exemplos assim. Tomar o gol nos últimos momentos das partidas é análogo a desafinar no fim das frases. Pense no zagueiro Pinola, do River, ao ajeitar na medida para que Gabigol desse números finais à decisão da Libertadores.
Na vida escolar é assim, você pode desenvolver o raciocino todo, mas se no fim errar a soma dois números, joga a nota no mais profundo dos abismos. Se for múltipla escolha, não dá nem para aproveitar o que você fez de certo.
Então, o negócio é ter cuidado com as desafinadas no fim das musicas. Em outras partes dá para consertar, mas no fim da canção não tem como errar, caso contrário, você vai passar a impressão de ser uma pessoa desafinada.
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