domingo, 6 de janeiro de 2019

Quantos chopes você adiou e não conseguiu mais tomar....

Amigos, ando emotivo. É uma praga quando isso acontece. Choro em capítulo de novela, episódio de série e até comercial de Natal. Esse caso é grave, pois comerciais de Natal são para nos fazer gastar dinheiro. Emocionar é apenas um bônus na laboriosa produção da peça. 

E em meio a essa sensação de nervos à flor da pele, me deparo com um vídeo feito na Espanha sobre encontros virtuais e pessoais. Aí meu domingo de manhã virou uma choradeira. O vídeo mostra o reencontro de amigos queridos. O questionamento é sobre a última vez que se viram e a frequência dos encontros. Então é feita uma projeção de quanto tempo eles gastariam se encontrando. 

Terrível! Tem gente que vai se ver por 6 horas nos próximos 9 anos, por exemplo. Considerando que o relatório semanal do meu consumo de internet registrou 4h40m conectado, me senti mal com o tempo que ando perdendo olhando telas, como mostra o vídeo. 

Como disse meu amigo Paulo Carvalho, ao se referir a mim: “o piripaque do Cresinho nos lembrou que o amanhã é incerto”. Logo, temos que sair marcando todos os chopes pendentes. Eles poderão não acontecer. Essa, infelizmente, é a realidade. 

Minha amiga Cristiana Eboli disse que são os dilemas da modernidade. Pois é ganhamos a capacidade de comunicação praticamente infinita, no entanto, ela nos isola. Não atendemos o telefone, mas podemos “teclar”. Ligar é quase uma invasão. E engolidos pela rotina, empurramos sempre para depois aquele encontro, aquela risada. 

Quando minha mãe adoeceu, fiquei com uma ideia fixa: diria a ela,  várias vezes ao dia que a amava. Não sabia quando seria o fim, mas gostaria que a certeza do meu sentimento consolasse sua alma. Claro que havia o sentimento egoísta de confortar meu coração. Não queria correr o risco de não ter deixado claro para ela como a amava. 


Então, veja nos seu grupos de WhatsApp que amigos são imprescindíveis encontrar. Ria com eles, olhado seus rostos. Chamadas de vídeo não são  substitutas do toque e da risada. Cumplicidade virtual só enriquece os inventores dos algoritmos. Para o coração, vital mesmo é o encontro ao vivo. 

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