terça-feira, 25 de junho de 2019

Nem motel escapa de Crivella

Marcelo Crivella deve salvar o pescoço político na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. O prefeito precisava do voto de 18 dos 51 vereadores, mas segundo reportagem do Jornal O Globo, deve conseguir metade da casa. 

Quando começou o processo, o prefeito só tinha 14 votos dos 18 necessários. É muito importante descobrir qual foi o espírito cívico que modificou a decisão de pelo menos 10 vereadores. O que o prefeito fez para que eles passassem a apoiá-lo é uma boa pauta investigativa. 

Certamente não foi fazer conservação nas ruas da cidade. Os buracos já viraram crateras. Andar de carro, moto ou bicicleta no Rio virou rali. Em alguns trechos, o condutor precisa escolher entre o buraco maior ou o menor. 

Enquanto o prefeito tenta salvar seu mandato no Palácio Pedro Ernesto, a Avenida Niemeyer permanece fechada. E moradores e comerciantes da região sofrem com a interdição. A vítima da vez foi o Motel Vip’s. 

Encontros românticos com a bênção de um dos visuais mais bonitos do Rio viraram coisa do passado. Os donos não aguentaram os seguidos fechamentos da Avenida Niemeyer. 

Os “órfãos” do Vip’s postaram nas redes sociais “quem foi, foi, quem não foi, nunca mais”. Ainda bem que não usaram o Instagram para postar reminiscências. Aliás, uma boa ideia seria que os donos do motel fizessem um livro de memórias com as festas ocorridas no local. O problema seria manter oculta a identidade dos participantes. Em caso de vazamentos de nomes, talvez a tradicional família carioca não resistisse. 

A incompetência da Prefeitura afetou até os profanos direitos à saliência. A cada rua esburacada, placa caída, canteiro mal conservado, posto de saúde lotado e equipamentos olímpicos abandonados lembramos da falta que faz ter um prefeito. 

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