segunda-feira, 9 de julho de 2018

Impeachment de Crivella? Conte outra

Marcelo Crivella está sofrendo mais uma exposição negativa depois do “cataratagate”, encontro com pastores para oferecer facilidades. No entanto, esperar que a nossa Câmara de Vereadores aprove a abertura de um processo de Impeachment contra o Bispo é a mesma coisa que esperar a abertura da Baía de Guanabara para uma corrida entre Copacabana e Icaraí. Não vai rolar.

Vamos aproveitar para tirar lições da trapalhada histórica que o eleitor do Rio fez quando colocou  Crivella no Palácio da Cidade. A primeira coisa, ao colocar alho e cebola no liquidificador, o produto depois de processado não será vitamina de abacate. Marcelo Crivella não está fazendo nada de diferente do que dele se esperava. Se você acreditou naquele papinho de não misturar política em religião, está atrasado para pedir ao coelhinho ovos de Páscoa, mas ainda dá tempo de escrever cartinhas para Papai Noel. 

Nas próximas eleições, vai ter gente mudando o visual, tentando ficar mais palatável com objetivo de conseguir seu voto. Não se engane, ele vai continuar tendo ataques de ódio e incentivando as divisões, sem acreditar em diálogo. 

Não espera que ao combinar coturno, revólver e ódio resulte em ordem. Vai no máximo dar em pancada, amordaçamento e fim da liberdade. É bom refletir. Mesmo com todo marketing, maquiagem e assessores, as pessoas se revelam. É a nossa sorte. A gente só cai na esparrela se quiser. 

A população carioca caiu na esparrela. Gente muita mais gabaritada do que eu já explicou, que o eleitorado de centro se diluiu, não chegou ao segundo do turno e permitiu essa excrescência política que ocorre hoje na cidade. 

Crivella tem uma estratégia política bem definida, a implantação de uma cidade conservadora e totalitária.  Uma espécie de símbolo religioso, em que as heranças católicas e africanas sejam colocadas de lado. A “crivelização” da administração da cidade passa por censo religioso dos funcionários municipais,  mudança de nomes de rua e por privilégios ao grupo do prefeito. 

No que depender do nosso alcaide, trocaríamos a festa momesca por um grande fim de semana de evangelização. O batuque e o batidão seriam convertidos em cânticos de louvor e os rituais que ele considera pagãos seriam abolidos. 

O monumento da Praça da Apoteose seria redesenhado para parecer uma cruz, a imagem do Cristo Redentor seria derrubada, afinal, como pode uma cidade evangélica ter um símbolo católico no cartão postal?

Mas a solução para que o Rio não vire a “crivelândia” está em nossas mãos. É só não permitir que ele se reeleja e leve seu projeto excludente e fundamentalista adiante. Impeachment de Crivella? Não conte com isso. 

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