sexta-feira, 20 de julho de 2018

Meu amigo vai morar longe

Nem sempre as despedidas são tristes. Às vezes quem parte vai realizar um sonho e quem fica torce muito. O que pode dar algum arrependimento é que a gente sempre acaba se vendo menos do que poderia. Mas nas despedidas boas, quase sempre existe a possibilidade do reencontro. 

Conheci meu amigo na faculdade. Já expliquei que por vários motivos eu era em média 5 anos mais velho do que as pessoas da minha turma. Amigos, ter 23 anos no meio de uma galera de 18 dá a sensação que você é avô deles. 

Mas ok, acabei sendo bem recebido pelas “crianças”. Hoje, tendo todos mais de 40, a diferença de idade se diluiu. 

Mas voltando aos anos 90, meu amigo dizia: “vou trabalhar de tênis, quero ser repórter esportivo”. Acho que naquela época todos nós queríamos ser repórteres esportivos. 

Num daqueles jornais experimentais que toda faculdade de comunicação tinha, lembro até hoje de um texto que ele fez sobre um gol histórico que deu um título ao time de coração dele. 

Fiquei impressionado, era muita cultura geral, o cara era um monstro. O referido episódio tinha mais de 50 anos! Meu amigo era realmente um cara de múltiplos talentos, culto, CDF, galã e zagueiro de boa técnica. 

Teve uma semifinal “histórica” no campeonato de futebol da faculdade.  A gente empatou um jogo muito difícil com um gol de letra dele, depois de uma jogada individual de raça deste escriba. Pode ter sido mais sorte do que raça da minha parte, mas o gol foi de letra. Bem, passaram-se mais de 20 anos desde aquela tarde, a imprecisão pode vir dai. Ah, perdemos a decisão por pênaltis, e eu desperdicei a cobrança decisiva. A vida não é feita só de vitórias, existem boas histórias até nas derrotas. 

Devo a esse meu amigo meu primeiro estágio no jornalismo. Ele passou na prova para o Sportv e abriu uma vaga como estagiário da Band. Fui para lá. Não cheguei nem perto do seu desempenho televisivo, mas pelo menos o estágio me serviu para abrir as portas do jornalismo. 

Ele foi uma das primeiras pessoas a visitar meu filho Pedro na maternidade. Também foi um dos primeiros a me visitar no hospital quando tive o infarto. Nesta última ele constatou: “Você foi um dos primeiros amigos que  fui visitar quando o filho nasceu na maternidade. Agora é o primeiro amigo que visito no hospital depois de um infarto”. Ainda bem que ele conseguiu me visitar...

Amante do Império Serrano, do futebol e de esportes em geral, meu amigo vai para uma aventura do outro lado do mundo. Carlos Gil, vai com tudo. Você sempre deu mostras que poderia seguir pelo caminho que está trilhando. 

O Rio, a praia, o Império vão continuar por aqui. Vai lá ver o sol nascer antes de nós e conta como é. Um beijo pra Anna Olivia, pro Vicente e pra Emília. Que a aventura seja divertida e que você continue a trabalhar de tênis por muito tempo. 


Um comentário:

  1. Grande Soares... E olha que morar fora não é mole! Vim com a esposa para Lisboa em março e até agora estamos nos adaptando ao Sol até às 21:00hr. O blog está incrivel. Dá sempre vontade de voltar a escrever o meu "PAPO DO DIA!", que atualmente está 'adormecido' (www.oquevaipelomundo.blogspot.com) Tô sempre por aqui lendo as novidades. Se cuida! Sucesso. abs... Rodrigo Barros.

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