domingo, 22 de julho de 2018

Os candidatos e o palanque eletrônico

A eleição presidencial deste ano vai ser um teste sobre qual o peso do tempo de TV e Rádio para os candidatos. Nas eleições proporcionais, devido ao tempo pequeno que os candidatos têm, a importância dessa exposição é relativizada. Nas majoritárias, muitas alianças são negociadas por conta do tempo no horário eleitoral gratuito. 

Na eleição para a Prefeitura do Rio, o maior tempo do candidato Pedro Paulo não foi suficiente para que ele garantisse a vaga no segundo do turno. Com 11 segundos por programa, Marcelo Freixo foi para a segunda da etapa do pleito. 

Jair Bolsonaro terá 8 segundo de tempo de televisão. Talvez o candidato tenha entrado numa espécie de inferno astral. Depois da dificuldade para arrumar um vice, terá que se contentar com Janaína Paschoal, advogada paulista que fundamentou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff. O capitão é um fenômeno das redes sociais, será que no mundo atual essa força será capaz de suprir seu “sumiço” quando começar o horário eleitoral gratuito? 

Bolsonaro não tem estrutura partidária. Essa falta de capilaridade com diretórios municipais e estaduais representativos pode ser outro problema para que ele transforme em votos seus números nas pesquisas da pré-campanha. 

O jogo está completamente embaralhado, isso não é segredo, mas o candidato do PSDB conseguiu uma arma importantíssima para a corrida presidencial. O Centrão era o dote disputado por Geraldo Alckmin e Ciro Gomes. O ex-governador de São Paulo levou a melhor. Além do tempo de propagandas, Alckmin leva junto a máquina partidária de legendas como PR, PP e DEM.

As previsões sempre têm um grau de leviandade num quadro como este, mas parece que Geraldo Alckmin se credencia como o candidato com maior potencial de crescimento. A encrenca para o tucano é seu desempenho pífio nas pesquisas da pré-campanha. 

Ciro Gomes, do PDT, teve um grande revés ao perder o apoio do Centrão. A possibilidade de decolagem do ex-governador do Ceará depende da presença ou não de Lula na eleição. Sem o petista, Ciro seria o candidato mais viável das esquerdas. Os pedetista tenta atrair o PSB. Muito da decisão dos socialistas depende de São Paulo. O governador Marcio França, candidato à reeleição, é muito ligado a Geraldo Alckmin, de quem foi você governador, e pode representar um empecilho para a adesão completa da legenda à candidatura de Ciro. 

Quanto a Henrique Meirelles, a candidatura é natimorta. A declaração de Renan Calheiros dizendo que não o acha um bom candidato já dá a senha para traição em massa que será organizada pelos líderes do PMDB. 

Marina Silva tem o mesmo problema de Bolsonaro. Números expressivos nas pesquisas enquanto a corrida não começa, mas a falta de estrutura partidária a deixa alijada como candidata competitiva. 

Começaram as convenções, agora teremos os nomes mais definidos. No entanto, a corrida presidencial precisa da definição de uma questão urgente: Lula será candidato ou não. Enquanto essa resposta não vier, qualquer prognóstico é exercício inútil de futurologia. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário