segunda-feira, 16 de julho de 2018

Saem do palco os jogadores, entram em campo os candidatos

Agora não tem mais jeito. Passou a Copa e a agenda é de eleições. Esta semana começam as convenções partidárias. Ciro Gomes, pelo PDT, será o primeiro a ser formalmente declarado candidato. 

O pedetista tenta uma aliança com o Centrão. Na verdade a vitória passa pela costura política com PP, PSD, DEM e outros partidos de menor expressão que integram a corrente. Ciro está de olho no PSB. Mas nessa disputa tem a concorrência com o PT, que também quer a aliança com os socialistas. Digamos que Ciro tenta se habilitar como o candidato de centro-esquerda. 

Pela Centro-Direita correm Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles.  Mesmo com a força em São Paulo e a máquina partidária, Alckmin não decola de jeito algum na pré-corrida. A esperança dos tucanos é que com as pedras no tabuleiro, Alckmin consiga alavancar a candidatura. 

A situação de Henrique Meirelles é parecida com a de Ulysses Guimarães em 1989: é o candidato da situação de um presidente fraco. Além disso, o espírito “traidor” do PMDB vai pulsar forte nas eleições. José Sarney, Renan Calheiros e Jader Barbalho já estão vendo em que canoa vão embarcar e com certeza não será na do ex-ministro da Fazenda. 

Marina Silva não tem força partidária. Quando começar a campanha, provavelmente seus bons números nessa fase de aquecimento vão se dissolver. 

Se Lula não for candidato, o que é mais do que provável, e não aparecer o nome de conciliação nacional, as eleições de outubro se encaminham para um enfrentamento de Ciro Gomes e Jair Bolsonaro. 

O deputado tenta fazer movimentos mais ao centro para ampliar seu espectro de eleitores. O irascível parlamentar tenta emplacar uma versão “Bolsonarinho paz e amor” para conseguir conquistar setores ainda descrentes de sua capacidade de conduzir o país. 

Na verdade por mais que se tente construir uma imagem, “os personagens se revelam após o aplauso final”, cantaria mestre Lulu Santos. Basta dar uma olhada no noticiário sobre as práticas do prefeito do Rio. Marcelo Crivella se elegeu dizendo que não misturaria política e religião e foi a primeira coisa que fez. 

Podemos ir mais longe. Apregoou-se uma imagem da Rússia alegre e simpática. Pois bem, na hora do pódio desabou um aguaceiro daqueles. Havia muitas autoridades na cerimônia, como o presidente da FIFA, o presidente da França e a presidente da Croácia. No entanto, a primeira pessoa a ser protegida da chuva foi Vladimir Putin,  atitude que mandou a fidalguia para a Sibéria. As máscaras sempre caem. Quem brada em favor de um torturador, jamais será um democrata. 





3 comentários:

  1. Excelente análise, meu amigo Creso. Concordo com todas as suas palavras. No que concerne ao Putin, essa falta de ética e consideração só serviu para tisnar ainda mais a sua imagem de ditador disfarçado. Mas não se pode confundir as grosserias do Putin com a hospitalidade e a fidalguia do povo russo. P´ra mim é isso que conta. A meu juízo, a Presidente da Croácia foi a Musa da Copa do Mundo - bonita, simpática e um exemplo de respeito aos interesses e ao patrimônio do povo. Quanto ao Crivella, até que ele cumpriu a promessa de campanha. Não misturou religião com política, tanto assim que até agora deixou a política de lado e só cuidou da religião...dele, é claro.

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    1. Faltou identificar. O comentário acima foi deito por João Carlos Eboli.

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  2. Boa leitura de conjuntura, camarada! Tudo indica que boa parte dos votos de Lula migrariam para Ciro, mas nem todos. Muitas pedras no caminho.

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