sexta-feira, 19 de julho de 2019

Quincy Jones, os picos e os vales







Aprenda a viver nos vales, pois nos picos a vida ajuda naturalmente. O pensamento é do pianista Count Basie, um dos expoentes do Jazz americano. Ela está no maravilhoso documentário Quincy, sobre o gênio Quincy Jones. 

Jones pode ser um resumo da música americana da segunda metade do século passado até agora. Só para se ter uma ideia, ele tocou com Count Basie, Dizzy Gillespie, Dinah Washington, Ella Fitgerald, Sarah Vaughan, Ray Charles... Ah, ele foi arranjador de um tal de Frank Sinatra e produtor de um outro cara lá chamado Michael Jackson. Bom, com MJ ele produziu “apenas” Off The Wall e Thriller entre outros. 

Então, não perca a oportunidade de ver o documentário no Netflix. Mas gostaria de voltar à frase que abre esse texto, aquela sobre a necessidade de aprender a viver nos vales. Acho que essa é melhor lição que a gente pode aprender. É pedagógico aprender que as falhas existem e que a má fase é algo para temperar a boa fase. 

Você já pensou no seu placar de vales e picos. Realisticamente, o placar deve ser apertado. Eu diria que salvo algum problema emocional sério, o resultado provável é um empate. Você nasce, um ponto para o time dos picos, você morre, um ponto para o time dos vales. E a vida vai nos ensinando que para cada nascimento há consequentemente uma morte. Nem que depois, algumas dessas mortes sejam revertidas. 

O adolescente mata a criança. O adulto mata o adolescente e o velho, acaba por resgatar a criança. Só que o velho vai morrer. Logo, além do movimento de onda com vales e picos, a vida também é circular. 

E como conseguir desenhar um diagrama que represente a trajetória da vida? Talvez o traço surrealista de Salvador Dali, ou o rabisco intuitivo de uma criança com o pincel numa aquarela. 

Mas enquanto você segue sua trajetória de picos e vales, ouça Frank Sinatra cantando Flyng To The Moon com o piano de Count Basie e arranjos de Quincy Jones. 

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