segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A liberdade de voar

Muitas coisas estão povoando minha cabeça. Há pensamentos bons e pensamentos nem tão bons. É assim, o pensamento é algo incontrolável. Essa nossa incapacidade de controlar o pensamento pode ser comprovada em exemplos prosaicos. Sabe aquela música ruim, mas que o refrão é chiclete? Um desgraçado cantarola ao seu lado e zás, você fica o resto do dia com ela na cabeça. 

Então é isso, já estou conformado que meu pensamento é uma viagem involuntária por lembranças, músicas, mágoas e risos. Estou parado numa esquina da vida e ele vem de assalto e rouba a minha atenção. 

Admiro os que têm poder de concentração suficiente para “focar” numa questão é ir adiante. Sou prisioneiro da minha liberdade de pensamento. Até consigo por um tempo, mas depois, vem um trecho de música, o fragmento de uma imagem ou o começo de uma piada, que não consigo recordar totalmente, oe pronto, lá se vai o “focus pensanti”. 

Ando afastado do meu blog. Talvez não esteja conseguindo a dedicação necessária para escrever algo concatenado. Já me encontrei em situações mais extenuantes do ponto de vista físico do que a que me encontro atualmente. No entanto, do ponto de vista mental, sinto-me num tiroteio numa via expressa carioca às 14h45m. 

É a vida dupla. Trabalhos para corrigir e trabalhos para entregar. A gente é aluno a vida inteira. Troca a tarefa atrasada por uma atrasadíssima, até que a atrasada também fique atrasadíssima. Tem também a vida de freelancer, que acrescenta um pouco mais de adrenalina nesta jornada. 

Além disso tudo, tem um medo sempre à espreita. Essa dor no braço é do aparelho de ginástica ou é sintoma de outra coisa. O cansaço depois de um dia extenuante é normal ou pode ser o pifar da “bateria”. 

Mas no meio da incerteza, o trânsito na Lagoa está engarrafado. E o motivo é nobre. A Árvore de Natal voltou depois de dois anos. Trocou de patrocinador, está mais modesta, mas não menos imponente. 

Às vezes teorizo, levianamente, por certo, que o baixo astral que abateu a cidade também tem como ingrediente a falta do símbolo natalino na Lagoa. Cansei de ver gente de vários cantos da cidade  indo à Lagoa apenas para ver a Árvore. É um espaço de congraçamento. 

Árvore de Natal, independentemente de credo, lembra que o ano está chegando ao fim. E se algo chega ao fim, há um recomeço no horizonte. E o recomeço é sempre uma oportunidade para que o pensamento se liberte. E quando se voa, a liberdade é companheira. E numa boa, a gente precisa cada vez mais de liberdade para pensar e para sonhar. Isso não é mito. Isso é remédio pra vida. 


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