sábado, 9 de junho de 2018

Corrigindo e não aprendendo

Andei brigado com os textos do blog. A falta de tempo provocada pelo final do período no mestrado também ajudo e não publiquei nada desde o último domingo. 

No entanto, como havia um erro no último texto, preciso corrigir. O Curta é de fato um excelente canal a cabo. A questão é que o programa nas Nuvens, apresentado por Liminha é do Arte 1. Os dois canais são vizinhos na minha TV por assinatura é isso pode ter provocado minha confusão. 

Alertado do erro pelo amigo Guilherme Boisson, me vi na obrigação de dizer o certo. Pois bem, feita a correção, gostaria de falar de um programa, agora sim, do Curta. 

Trata-se do Documentário Imagens do Estado Novo. O filme de Eduardo Escorel tem nada comerciais 4 horas. Exibido nos cinemas, havia inclusive um intervalo para que o público esticasse as pernas. 

O Canal Curta prestou um grande serviço e exibiu-o em episódios. O filme traz imagens raras da Era Vargas. Não reclamem de spoiler. Vargas é deposto no fim, caso você tenha perdido o final do “filme”. 

No sábado de manhã, tive que percorrer pouco mais de 5 quilômetros entre a minha casa e a apresentação de balé da minha filha. 

Desafortunadamente, fica no Teatro Fashion Mall. Porque desafortunadamente? A guerra urbana do Rio está em curso. E a Rocinha está conflagrada há meses. Moradores reféns do estado de exceção causado pelos bandidos na comunidade. 

É bem ruim a sensação de insegurança. Aprisiona nossas almas. Olhei no GPS e o melhor caminho era a Autoestrada Lagoa-Barra. O trânsito estava ivre no Túnel Acústico, no Zuzu Angel também ia bem. Logo após a última curva, carros parados. Mantive a calma, mas a interrupção abrupta do fluxo de veículos causa sobressaltos no coração do carioca. 

O trânsito começou a andar. Eu achei melhor fazer o retorno por baixo e passar por trás do Fashion Mall para acessar o estacionamento . Ao sair da estrada principal, o motorista se depara com caminhões do exército, homens com roupas camufladas e tanques de guerra. 

Fico pensando que o dia em que eu naturalizar os meus olhos pela presença de um tanque estacionado no meio da rua, algo muito errado aconteceu com a minha sensibilidade. 

Estava com os vidros do carro fechados, trafegando numa velocidade baixa. No entanto fui parado por dois militares. Abaixei os vidros e ouvi o conselho para que continuasse o percurso com os vidros abaixados. 

Segui, cheguei ao teatro. Escrevo este texto antes da minha filha estar na ribalta. Espero que o próximo texto seja lúdico, como lúdico é o balé. Que as cenas do filme que vi na manhã de sábado no Rio, estejam num documentário daqui a 70 anos. 


Se estiver no filme, meus filhos bem velhinhos ainda verão. Espero que a geração deles tenha finalmente aprendido com as imagens do passado para evitar desmandos, tiranos e crises políticas. A minha, pelo que podemos perceber, não aprendeu. 

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