domingo, 10 de junho de 2018

Um enorme sapo sujo de lama

Durante evento na Casa das Garças, na Zona Sul do Rio de Janeiro, o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan se dirigiu ao ex-presidente Fernando Henrique e disse: por que você não sai candidato?” FHC descartou a candidatura. 

Para situar o leitor que não liga o nome à pessoa, a Casa das Garças é uma espécie de clube “de economistas com filosofia neoliberal”. Muitos dos pais do Plano Real frequentam os eventos que discutem os rumos da economia e da sociedade brasileira em geral. 

Uma das pessoas presentes ao evento disse que acha muito difícil que o ex-presidente se lance. No entanto, meu interlocutor disse que a conversa tinha um grau de formalidade, logo, seria realmente difícil que FHC admitisse concorrer. “Se fosse um papo de chopp e ele dissesse não, eu descartaria de vez. Acho muito difícil, mas não é impossível Fernando Henrique se candidatar”. 

O ponto é o seguinte: essa hipótese pode ser a décima opção tucana, mas é uma ideia que paira em alguns setores da sociedade. 
     
Muita água vai rolar até o começo efetivo da campanha, mas um fato é inegável: Geraldo Alckmin não decolou. As pesquisas o colocam atrás de Jair Bolsonaro, Marina Silva e Ciro Gomes. 

Nenhum dos três líderes, sem o nome de Lula nas pesquisas, é o nome dos sonhos da FIESP, do agronegócio ou das conglomerados de comunicação. Alckmin será provavelmente a escolha desses setores. No entanto, precisa parar de patinar. Essas pessoas não jogam dinheiro fora. Procurarão uma opção para o caso do ex-governador de São Paulo não se tornar um candidato viável. 

Existem dois PSDBs Num deles está Geraldo Alckmin e no outro Fernando Henrique.  As falas favoráveis a Alckmin só saem da boca do ex-presidente em declarações protocolares. Ele não consegue ou não quer apostar as fichas no ex-governador de São Paulo. 

Bolsonaro, Marina e Ciro têm pés de barro nessa eleição. Os dois primeiros carecem de máquina partidária. Campanha presidencial precisa de capilaridade, de diretórios fortes nos rincões do país. Ciro tem mais máquina que os dois, mas seu estilo causa dúvidas. Dos três, é a maior “raposa”. Com o irmão Cid Gomes na coordenação da campanha, pode conseguir as alianças necessárias para garantir uma ida ao segundo turno. 

Se o quadro de candidatos não sofrer alterações significativas, o provável segundo turno será entre Bolsonaro e Ciro. A falta de máquina de Marina pode provocar desidratação, como ocorreu em 2014. 

Esta disputa no segundo turno deixaria a Casa das Garças sem candidato. Até por ter sido tucano, os votos de lá poderiam ir para Ciro. Provavelmente, com um das mãos tampando o nariz e a outra digitando o número do candidato na urna eletrônica. 


Aqueles tucanos de plumagem “retrô”, com o velho espírito da Rua Maria Antônia ,sonham com FHC, aceitariam Marina e engolem Alckmin como um enorme sapo sujo de lama pelas relações “santas” durante o tempo que governou São Paulo.  

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