terça-feira, 30 de abril de 2019

Vingadores - sem spoiler e sem choro

Vi a maioria dos filmes dos heróis da Marvel. Todos por culpa dos meus filhos. Sempre assisti a eles com a consultoria do meu filho. Assim, ele me contava algo que eu havia perdido ou esquecido. 

No entanto, para ver Vingadores-Ultimato, ele trocou minha companhia. Acontece. Adolescentes devem trocar a companhia dos pais nas idas ao cinema. Faz parte do corte do cordão umbilical emocional. Fui com minha filha. Ela também já trocou minha companhia, mas desta vez resolveu me dar uma colher de chá e me chamou para ir ao cinema.  

Fui com ela numa sessão às 8 da noite de domingo. Um desafio para quem já está quase na casa dos 50 e teve um dia cheio. A semana prometia ser intensa, mas fui ao cinema por algumas razões. A principal, o pedido da minha filha. A segunda foi muito importante também, não ficar excluído. 

Sim, há dois assuntos no momento que você tem que estar por dentro. Game of Thrones e Vingadores. Como sou meio sem saco para essa narrativa de dragões, reis medievais, que não são medievais e essas coisas, restou-me acompanhar a saga da Marvel. Só dessa forma não me sentiria um sem-assunto. 

Confesso uma falha séria. Não vi Senhor dos Anéis e não li Senhor os Anéis. Li apenas os quatro primeiros livros de Harry Potter e não vi o último filme, aquele que concluía a trama do bruxo. Quanto a falta de interesse por GOT e SDA é trauma de um filme horroroso chamado Willow, na Terra da Magia, que por algum motivo, me lembra esse tipo de narrativa. Já Harry Potter, talvez um dia eu conclua. 

Mas vendo o onipresente Vingadores-Ultimato, nada me surpreendeu e não chorei. Diante de uma aluna que me disse ter chorado 5 vezes, senti-me insensível. Concluí que o tempo torna nossas lágrimas seletivas. Escolhemos o que vai merecer nosso envolvimento a ponto de chorar. 

Por exemplo, no mesmo domingo que assisti Vingadores, passei a tarde inteira numa festival de dança. Minha filha estava participando e a coreografia da qual ela fez parte ganhou numa das categorias. Tentei segurar as lágrimas mas a felicidade dela era tão genuína e espontânea que não aguentei e chorei. 

Então, aquele festival de dança, ocorrido num domingo calorento em que seguidamente testemunhei esforço, disciplina, superação e talento mudou minhas referências sobre super-heróis. Na ribalta, profissionais e alunos da dança voam de verdade, com pouco ou nenhum efeito especial e muita dedicação. 

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