segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Ir de bicicleta para a PUC é...

O ciclista é um pária. Depois de três anos, resolvi ir à PUC de bicicleta. São cerca de 3 quilômetros. Mesmo para um cardiopata, a distância não chega a ser um desafio. Meio ano após meu eventos cardíacos, estou fisicamente apto para a aventura. 

Minha bicicleta é de “pedalada assistida”. Em resumo, se eu colocar a bateria, faço menos esforço. No entanto, resolvi que a usarei “in natura”. Ou seja, ando como se ela fosse uma velha e boa bicicleta. 

Subi em minha magrela e fui à luta. Na cidade do Rio de Janeiro a metáfora transforma-se em literalidade. O ônibus vai pra cima de você, os carros são inclementes e ainda há outros ciclistas andando na contramão. 

Tirei as rodinhas da bicicleta há 40 anos. Posso dizer que sou um ciclista experiente. Conto nos dedos de uma das mãos as vezes que caí na rua nessas 4 décadas. A maturidade unge as almas com doses de medo. Os românticos dizem que este medo é prudência. Sentado na bike, passando nos buracos, não consigo diferenciar os dois sentimentos. 

Tenho duas opções. Seguir pela ciclovia da Lagoa e levar o dobro do tempo, ou ir pela Jardim Botânico, caminho mais rápida e mais cheia de carros. Na vida, a preguiça nos leva a opções perigosas... Há dois trechos da Jardim Botânico em que é possível evitar a faixa de rolamento dos carros. São os  calçadões em frente ao Parque Lage e ao Jardim Botânico. 

O Rio é um imenso buraco com calçadas e asfalto ao redor. Raizes levantando o calçamento criam uma pista de bicicross urbana. Acho que a solução seria ter uma mountain bike. Dessa forma os amortecedores estariam mais preparados para os aclives asfálticos. 

No calçadão do Jardim Botânico, a pista é compartilhada. Está escrito que a prioridade é do pedestre, logicamente, mas prioridade não é exclusividade. Resultado, quando você ultrapassa um deles, está sujeito a ouvir impropérios e sentir olhares de reprovação. 


Foi uma aventura. Sinto-me suado como um atleta após a maratona, vou repetir, mas não deixarei o capacete em casa, na verdade estou pensando numa armadura medieval para encarar a viagem. 

2 comentários: