terça-feira, 13 de novembro de 2018

Quem vai chorar por você?

A morte de Stan Lee, o criador do Homem Aranha (entre outros super-heróis) inundou as redes sociais com as manifestações de condolências. A morte de um dos deuses da cultura nerd me despertou uma pergunta fundamental: quem vai chorar por você na sua partida? Caso você não se chame Brás Cubas, dificilmente haverá resposta satisfatória para este questionamento. No entanto, com um bom exame de consciência, você encaminhará o fim da dúvida. 

Pense nas pessoas que seus comentários mesquinhos fizeram mal. Quantas vezes brincou com o estado de saúde de um colega que estava numa mesa de operação. Tenha certeza, se esse colega for depois de você, não haverá lágrimas da parte dele. 

Depois de descartar esse primeiro, lembre-se de todas as conspirações que você tentou se meter. O quanto seu espírito “napoleônico” trouxe degredo em vez de poder. Quantas vezes sua implicância trouxe mais irritação do que resultados benéficos a você. 

Sua lista aumentou. Tenho mais uma informação, ainda está longe do fim. Pense nas vezes que em vez de um simples “bom dia” cordial você ofereceu o rosto virado. Ou mesmo quando diante da impossibilidade de fugir do cumprimento, você praticamente grunhiu ao semelhante. 

Atente ao grau de inveja que você plantou na própria alma. O quanto do outro você quis. Sua arrogância cegou seu discernimento. O que pode acontecer está na mitologia. Com certeza, você conhece Creonte e Antígona. Os tronos são de quem os merece. 

O fel do seu ódio é indiferente ao objeto dele. Talvez o livrar-se da obrigação de trocar algumas palavras com você transforme-se em néctar para o outro. A riqueza e o poder podem até estar no nome, mas o que define como somos é o que carregamos no espírito. 


Então, depois do escrutínio da sua existência, você terá uma resposta bem aproximada de quem chorará na sua partida. Ainda há tempo de examinar a consciência. Mas se até o momento, o caminhar conduziu você até aqui, é caro leitor, poucos estarão na sua alcova, para segurar a sua mão e velar pela sua partida. Bem, sempre existe a possibilidade de criar vários super-heróis e deixar sua marca no mundo. Vou ser honesto, não dá não. Stan Lee foi um só. 

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