sexta-feira, 30 de novembro de 2018

O G-20 do príncipe e do topetudo

Acho que temos o vencedor do prêmio “Dono do maior abacaxi do ano”. E ele não poderia deixar de ser o presidente da Argentina, Mauricio Macri. Nesta sexta-feira começa na milongueira Buenos Aires a reunião do G-20, grupo dos 20 países mais ricos do mundo. 

Macri esperava chegar a este encontro com o país em relativa estabilidade econômica. No entanto, sua agenda liberal não surtiu efeito e a terra de Gardel passa por um período sério de recessão e pobreza. O resultado é que Macri está desgastado e não terá uma campanha tranquila na tentativa de se reeleger em 2019. 

E o argentino vive realmente seu inferno astral. River Plate e Boca Juniors vão decidir a Libertadores da América, em Madrid, após a vergonha protagonizado por imbecis torcedores do River, que atacaram o ônibus do Boca no acesso ao Monumental de Nuñez. 

No entanto, Buenos Aires será palco de um derby internacional muito mais perigoso e explosivo do que River e Boca. Estados Unidos e China, responsáveis por 40% da economia mundial, resolveram fazer biquinho um para o outro. Resultado, os rapapés diplomáticos serão inócuos e a expectativa é que a carta de intenções produzida no G-20 não passe de um bilhetinho muito do fajuto com parcas quatro páginas. 

Trump decidiu no meio do ano taxar produtos chineses. Pequim contra-atacou sobretaxando produtos americanos. E enquanto esse G-2 monopoliza o G-20, questões como o aquecimento global vão ficar para escanteio. Afinal o topetudo presidente americano não acredita nas mudanças climáticas, logo...

E para aumentar a encrenca do anfitrião Mauricio Macri, desembarca em Buenos Aires o príncipe da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman. Vossa majestade do petróleo é suspeito de ter mandado matar o jornalista dissidente Jamal Kashoggi, assassinado na embaixada da Arábia na Turquia. 

O príncipe desembarca em terras portenhas com a proteção da imunidade dos passaportes diplomáticos. Como está em missão, nada pode ser feito contra o príncipe. 

E o pior para o presidente Mauricio Macri. A polícia de Buenos Aires que não conseguiu fazer corretamente seu trabalho num jogo de futebol, terá que ter um sistema sem falhas para proteger os 20 estadistas mais ricos do mundo. Fico imaginando a pressão em cima do responsável pela segurança do G-20. A falha em River e Boca resultou num mico de tamanho estratosférico. No entanto, se algum dos chefes de estado se der mal, a incompetência da polícia argentina poderá resultar em guerra literalmente. 


Oremos. 

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