quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Nós e os macacos

O mundo é dos polegares. Devemos dar o nome correto ao atual mandatário de nossas desígnios. A razão ê simples. Nos celulares, os dois menores dedos são muito mais importantes que os outros 8! Um exemplo pode ser dado na forma como foi feito esse texto. Enquanto os outros dedos e as palmas servem para dar sustentação ao telefone, os dois polegares percorrem as teclas dando forma aos pensamentos tortuosos produzidos no cérebro.  É curioso como os indicadores perderam esse espaço. O polegar recuperou a relevância a partir do momento que os smartphones superaram os desktops. Nesta hora, foi restabelecida a hegemonia do polegar. 

Há teorias que apontam a oposição do polegar ao restante dos dedos como responsável por nossa diferenciação dos macacos. Desenvolvemos a habilidade de fazer uma “pinça”. Daí em diante, traçamos uma linha evolutiva diferente na família primata. Se não fossem os polegares, talvez estivéssemos em exposição num zoológico, visitados por ornitorrincos, que a essa altura seriam a espécie dominante. Obviamente, os indicadores não foram totalmente superados. As biometrias geralmente os usam. Mas no dia a dia, para desbloquear o celular, dar uma espiada no Instagram, ou mesmo, para trocar mensagens pelo WhatsApp, os polegares são hegemônicos. 


Em tempos de exacerbações bíblicas, o predomínio dos polegares alude a uma mensagem do livro sagrado. Os pequenos serão exaltados. Mas calma, pois a vitória não é absoluta. O reconhecimento da íris e o comando de voz estão aí para entrar nesta batalha. Logo logo piscadas e grunhidos farão nossa comunicação. E voltaremos a queimar toras de madeira para fazer sinais de fumaça. Ah, peraí, isso a gente já faz. Mas não é para se comunicar, é para acabar com a Amazônia e o pantanal. O agro é tudo. 

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