domingo, 30 de setembro de 2018

O primeiro ano do resto da minha vida

Sou uma espécie de rei das efemérides. Adoro guardar datas. Desta forma, consigo ter marcos referenciais dos fatos que aconteceram em minha vida. Aproveito essas datas para me reavaliar, ver o que fiz até ali e como posso deixar o fardo da caminhada menos árduo. 

Neste domingo, 30 de setembro, p blog completa um ano de existência. O sonhador poderia escrever “o primeiro aniversário”, mas o pragmatismo recomendo que eu conte as datas uma a uma, sem projeções. 

Queria ter a confiança da minha tia Nelly. Está pensando em algo especial para os seus 90 anos que ocorrem em 2020. Neste um ano de blog, uma das coisas que aprendi foi a não existência da imortalidade. Não que eu não soubesse, mas é que a “ficha caiu”. 

Esse post, apesar do caráter taciturno do parágrafo anterior, é de comemoração. São 311 textos em 365 dias. Consegui que a publicação fosse diária por mais de seis meses. No entanto, atropelado por um infarto e pela correria da rotina do nosso tempo, diminui a frequência. 

Tenho orgulho do que escrevi por aqui. Espero que meus filhos guardem o endereço do blog, desta forma poderão recorrer a ele quando quiserem saber como eram os tortuosos pensamentos do pai. 

Digo isso porque, deixei partes da minha alma em cada texto publicado. Inseguranças, lapsos de memória, avaliações precipitadas, opiniões contrárias as de alguns amigos. Me pai completaria 107 anos no dia 4 de outubro. Gostaria que ele tivesse um blog. Recorreria a ele como bússola, quando estivesse perdido. Meu pai era “getulista” e “brizolista”, isso explica algumas coisas em mim. Rs. 

Porque escrever só vale se depois houver lágrima, nem que seja de alegria. O choro é como se fosse o molho para fazer a vida escorregar pela garganta e descer mais facilmente. 

Fiz metáforas infelizes, lembrei vitórias e derrotas. Pude emitir minhas opiniões. Assis Chateaubriand disse a um redator certa vez: quer ter opinião, tenha um jornal. Os novos tempos nos libertaram desta frase. Ter um blog é mais barato do que ter um jornal. 

Este blog é o mais transparente que o escudo hipócrita  permite ser. Celebrei chegadas, lamentei partidas, tentei transformar em prosa um rio caudaloso de emoções incertas que varriam minhas artérias. 


Tive medo e galhardia, o ódio mais genuíno e o amor mais profundo. Ri resignadamente das memórias tristes e chorei com as engraçadas. Em um ano, demonstrei em textos o que consegui respirar. Que venham muitos outros anos. Rumo ao milésimo post. Ainda falta muito, acabei de passar do 300°. Eu tenho mesmo é que almejar. Que não me falte amor, inspiração, amigos  e coração. 

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