segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A briga de foice pelo Palácio Guanabara

A eleição para o governo do Rio promete ser uma “briga de foice no escuro”. Romário, 14%, Eduardo Paes, 12%, e Anthony Garotinho, 12%, estão tecnicamente empatados. 

Dos três, o que tem menos máquina partidária é Romário. Paes vai tentar se livrar publicamente de seu período emedebista, mas espera contar com os aliados antigos, nem que seja por debaixo dos panos. Garotinho também tem seus calos. Os provocados por sua figura, digamos, heterodoxa, e pelos seus apoios. 

A campanha vai mostrar o quão explícita vai ser a aliança de Garotinho com o inacreditável prefeito do Rio. Garotinho e Crivella tem penetração na mesma faixa de eleitorado, logo, a união dos dois não seria tão tóxica para o ex-governador, como seria para Romário, por exemplo. 

Mesmo preso, não duvido da força do capo Picciani para apoiar um dos candidatos. É esse mecanismo (com licença Zé Padilha) poderia trabalhar para o ex-prefeito. 

As denúncias sobre bens encobertos podem tirar de Romário a figura do “novo”. Se ele ficar na planície dos políticos comuns, vai ser presa fácil para as máquinas à disposição de Paes e Garotinho. 

Se fosse para fazer uma aposta, cravaria Paes e Garotinho no segundo turno. Mais uma coisa curiosa na candidatura do ex-governador. Ele vai enfrentar a terceira geração de políticos fluminenses. Em 94, perdeu para Marcelo Alencar. Em 98, derrotou Cesar Maia. Agora, vinte anos depois de ter chegado ao Palácio Guanabara, vai enfrentar uma das criaturas de Cesar, Eduardo Paes. 

O impressionante na eleição do Rio é que nenhum dos candidatos está nem próximo dos 20%. Isto demonstra a falta de rumo no estado após 12 anos de Cabral/Pezão. 

Num cenário tão embolado, o eleitor do Rio deverá ser “brindado” com uma campanha de baixo nível e acusações. Ao incauto eleitor fluminense restará votar mais contra alguns candidatos do que a favor de outros. 

Se você achou um horror o cenário na corrida pelo Palácio Guanabara, imagine o que vem por aí na composição da Assembleia Legislativa e dos deputados federais do Rio. Valei-me Nossa Senhora do Bom Voto. Ih, acho melhor não misturar voto e religião. 

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