quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Minhas 10 canções inesquecíveis

Nenhum dos textos desta retomada do blog será fácil. Aliás, escrever pode ser qualquer coisa, menos fácil. No entanto, escolher 10 músicas mais especiais foi tarefa quase impossível. Então vai ser no impulso. Admito que a lista é provisória, talvez, depois de publicar o texto eu já tenha me arrependido por algumas que não entraram. Seguem as musicas e as justificativas. 

10° lugar - Clube da Esquina 2, na interpretação de Milton Nascimento. “Porque se chamavam homens, também se chamavam sonhos e sonhos não envelhecem”. Apesar do espelho dizer não, em meus sonhos tento manter a integridade do que eu era ao ouvir essa canção pela primeira vez. 


9º lugar - Seduzir, cantada pelo Djavan. “Amar é mover o dom nas contas da ilusão”. Quando fui apresentado a essa musica pelo meu irmão Daniel, não entendia a letra, com o tempo, fui entendendo até demais. 


8º lugar - Quase sem querer - Legião Urbana. Essa canção serve para varias fases da vida. Mas acho que esta frase é atemporal: “Quantas chances desperdicei quando o que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém”. Renato Russo traduziu minha alma muitas vezes. 



7º lugar - Recomvexo - Maria Bethânia. “Não tenho escolha, careta, vou descartar, quem não rezou a novena de Dona Canô,, quem não seguiu o mendigo Joãosinho Beija-Flor, quem não amou a elegância sítio de Bobô, quem não é recôncavo e nem pode ser reconvexo”. Ih, daqui a pouco vão dizer que estou falando de política. 



6º lugar - Tendo a lua - Paralamas. O Rock Brasil foi a música da minha adolescência. Foi a música que gostei sozinho, sem a influência dos meus irmãos. Na minha modesta opinião, essa música tem a frase mais poética do movimento. “Tendo a lua, aquela gravidade onde o homem flutua, merecia a visita não de militares, mas de bailarinos e de você e eu”. Sempre imagino minha filha Clara, bailarina, saltando e evoluindo com as condições que só a lua permitiria. 


5º lugar - Beatriz - Milton Nascimento. Chico Buarque e Edu Lobo são um esculacho. Uma vez brinquei com meu amigo Marco Assumpcao que cantar Beatriz era um rito de passagem. Quem conseguisse poderia se aventurar seguir profissionalmente pelos caminhos da música. Tudo é especial na canção. Do título Be (ser) atriz, ao refinamento de colocar sétimo céu como nota mais aguda e chão como nota mais grave. Além do que, arrumar rima tão sofisticada em sentido para Beatriz é para um poeta do tamanho do Chico Buarque. 



4º lugar - Super homem - A canção. O lirismo e a coragem desta canção escrita há quase 40 anos são especiais. Imagine o que era naquela época um homem cantar “minha porção mulher que até então se resguardara, é a porção melhor que trago em mim agora”. A música nasceu de um relato que Caetano Veloso fez do filme Super Homem. Ou seja, de gênio para gênio. 


3º lugar - Valsa Brasileira - Chico Buarque. Tive que me policiar para que Chico não ocupasse muitos lugares desta lista. A música fala das coisas impossíveis que se faz por amor, inclusive, tentar contrariar o relógio: “Vivia a te buscar porque pensando em ti corria contra o tempo. Eu descartava os dias em que não te vi, como de um filme a ação que não valeu. Rodava as horas pra trás, roubava um pouquinho e ajeitava o meu caminho pra encostar no teu”. 



2º lugar - Estrada do Sol - a música é de Dolores Duran e Tom Jobim. Eu adoro Dolores, suas músicas de dor de cotovelo são lindas. Castigo, Ternura antiga, Por causa de você (ok, já estou ampliando a lista) traduzem o que vai na alma dos amantes que se separaram. Mas o legal de Estrada do Sol é o otimismo, uma canção ensolarada numa obra sempre tão noturna, temperada com o whisky e a fumaça das boates da Zona Sul do Rio nos anos 50. A segunda parte da musica deixa essa felicidade explícita: “Quero que você me dê a mão, vamos  sair por aí. Sem pensar no que foi que sonhei, que chorei, que sofri, pois a nossa manhã já me fez esquecer. Me dê a mão, vamos sair pra ver o sol”. 



1º lugar - Oração ao tempo - Caetano Veloso. Disse ao meu filho Pedro que toda vez que ele ouvir essa canção, deve se lembrar que penso nele toda vez que a escuto. Já na primeira frase, o motivo: “És um senhor tão bonito, quanto a cara do meu filho, tempo, tempo, tempo, tempo, vou te fazer um pedido”. Acho essa canção tão bonita, que quando preciso me concentrar para escrever alguma coisa, de texto acadêmico a texto profissional, passando pelos publicados neste blog, ouço-a como forma de inspiração. Na verdade, entendo que a canção fala do que podemos deixar mesmo depois da partida. Minha impressão se deve a estes versos: “E quando eu tiver saído para fora do teu círculo, tempo, tempo, tempo, tempo, não serei nem terás sido, tempo, tempo, tempo, tempo. Ainda assim acredito ser possível reunimo-nos, tempo, tempo, tempo, tempo, num outro nível de vínculo, tempo, tempo, tempo, tempo”. 


Coloquei um ponto final na lista e já me deu a sensação de ter deixado muitas de fora. Pois é, a vida é feita de escolhas, escolhas são perdas. Paciência! 

Amanhã mina coleção será de cantoras. 


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