domingo, 19 de agosto de 2018

Meus 10 filmes inesquecíveis


Vou retomar minhas listas. Hoje serão 10 filmes que me impactaram. Num jantar com amigos antes da publicação deste texto, substitui três do original. Obviamente houve discordância. Afinal, cada um faz a sua lista, pois as imagens causam reações diferentes nas retinas e nos corações. 

10° Lugar - Super Homem- O Filme – Richard Donner - 1978. 

Tudo é icônico neste filme. Marlon Brando fazendo o papel de Jorel, pai de Kalel, é emblemática. É emocionante a cena em que o menino viaja de Krypton para terra numa cápsula ouvindo os ensinamentos do pai. A frase “Verei o mundo pelos seus olhos” representa o desejo de todo o pai para o momento em que não estiver mais por aqui. E claro, é inesquecível quando o Super Homem muda o rumo da história ao voar no sentido contrário da terra para ressuscitar a amada Lois Lane, passagem eternizada no Brasil por uma bela canção de Gilberto Gil. Há um detalhe especial: este foi o primeiro filme que vi no cinema. 

9º Lugar - Pulp Fiction - Quentin Tarantino  - 1994 

A colagem pop barata de Tarantino conquista chocando e satirizando a violência. O filme ressuscitou John Travolta. A cena em que ele e Uma Thurman dançam entrou na memória de toda uma geração de cinéfilos. Além, claro, do diálogo sobre o nome do Big Mac em Paris. É um filme para pessoas bem humoradas, que não se levam muito a sério.  

8º Lugar - Profissão Repórter - Michelangelo Antonioni - 1975. 

Jack Nicholson faz o papel de um repórter americano que troca de lugar com um homem morto. O filme é melancólico, angustiante e faz uma viagem sobre quem somos e quem gostaríamos de ser. É legal porque traz uma estética diferente para quem está acostumado com o ritmo mais ligeiro do cinema americano. 

7º Lugar - Assim Caminha a Humanidade - George Stevens - 1956. 

O filme é o último da meteórica carreira de James Dean. O mítico ator morreu antes que a obra estivesse concluída. Assim Caminha a Humanidade ainda  tem no elenco Rock Hudson e Elizabeth Taylor. O filme é no estilo “novelão” e trata da disputa entre os personagens de Hudson e Dean pelo poder e, obviamente, pelo coração de Liz Taylor. A obra é considerada também um símbolo na luta contra a intolerância racial. George Stevens ganhou o Oscar de melhor diretor pelo filme. 

6º Lugar - E o vento levou - Victor Fleming - 1939. 

Atravessar 8 décadas com as pessoas sabendo alguns diálogos de cor é para poucas obras. A olhada de Clark Gable em direção a Vivien Leigh dizendo “pouco me importa” é um clássico.  A trilha sonora entrou na playlist mundial. O filme ganhou 8 Oscars, dentre eles, melhor diretor e melhor atriz. Talvez a estatueta tenha sido mais fácil de conquistar do que o papel, afinal Vivien Leigh disputou o papel com 1400 mulheres. Os críticos consideram que E o vento levou mudou a forma como os negros eram tratados no cinema. Hattie McDaniel, inclusive, foi a primeira atriz negra a ganhar um Oscar. Em valores atualizados, o filme é o mais bem sucedido da história. 

5º Lugar - O Sol Por Testemunha - René Clément - 1960. 

Alain Delon faz o papel de Tom Ripley, um homem ambicioso e inescrupuloso que quer viver a vida de um jovem rico. Qualquer outro detalhe seria spoiler, então recomendo assistir. A fotografia é linda. O filme teve uma versão nos anos 1990, com Matt Damon no papel que foi de Delon. O filme americano se chamou O Talentoso Ripley. A versão francesa é mais crua e mais sugestiva do que a posterior

4º Lugar - Casablanca - Michael Curtis - 1942.

O filme tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial. A ação se passa na cidade marroquina de Casablanca. Humphey Bogart é Rick. Na verdade, Humphrey Bogart é Humphrey Bogart em qualquer filme. Ele é dono de um bar. Um dia a ex-amante Ilsa, uma Ingrid Bergman de tirar o fôlego, entra no Café de Rick e a narrativa se desenrola. O personagem de Bogart vive o conflito entre ajudar o Ilsa e o marido a escaparem do Marrocos e continuarem a luta contra o nazismo, ou não se comprometer e ficar com o caminho livre para reconquistar a amada. Apesar de a história ser conhecida, não direi o final. Há fragmentos clássicos como o de Rick conversando com Ilsa e dizendo: “sempre teremos Paris”. Há também uma frase que nunca foi dita na obra, mas se celebrizou como se tivesse sido: “Toque de novo, Sam”. Para completar o relicário cult do filme, a trilha sonora trás a mítica As Time Goes By. O filme recebeu três Oscars em 1943, Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro adaptado. 

3º Lugar - Butch Cassidy e Sundance Kid - George Roy Hill - 1969

Paul Newman e Robert Redford interpretam os personagens que dão nome ao filme. A narrativa se passa no Velho Oeste, com Newman e Redford interpretando dois bandoleiros. Enquanto praticam assaltos e fazem crescer a fama de maus e a raiva das autoridades, fazem piadas rápidas e esbanjam carisma. Adoro a cena final (que não contarei) e a parte em que Paul Newman anda de bicicleta com Katharine Moss. Para eternizar esse ícone pop, o passeio tem como trilha sonora Raindrops  Keep Folling on My Head. 

2º Lugar - Janela Indiscreta - Alfred Hitchcock - 1954. 

James Stewart interpreta um fotógrafo que sofre um acidente e fica confinado em seu apartamento com a perna quebrada. De sua janela, acompanha o cotidiano de seus vizinhos. Stewart acompanha tudo como se fosse numa tela de cinema, uma primorosa metalinguagem de Hitchcock sobre o papel do observador. O fotógrafo flagra o que seria um crime e com a ajuda da namorada, interpretada simplesmente por Grace Kelly, tenta interferir. O filme é mais um daqueles que explicam porque Hitchcock é chamado de “Mestre do Suspense”. Ah, se você acha o máximo Stan Lee fazendo aparições nos filmes da Marvel, o velho Hitchcock já fazia isso há muito tempo. 

1º Lugar - O Poderoso Chefão parte I - Francis Ford Copolla - 1972. 

Tudo é grandioso no filme. A interpretação de Marlon Brando para Dom Vito Corleone é soberba. Os algodões nas bochechas para compor a forma de falar do personagem e caracterização para parecer um septuagenário, mesmo antes de chegar aos 50, lhe valeram o Oscar. Só Brando já garantiria o filme na minha lista. Para reiterar a escolha, tem ainda a cruel frieza de Michael, interpretado por Al Pacino;  Diane Keaton, bela, se mostrando uma mulher forte, mas com medo do marido; James Caan, sensacional como um mercurial Sonny Corleone, isto apenas para citar alguns. O filme mostra as relações nada ortodoxas da máfia com a polícia, a justiça, os jornais e o show business. Uma obra demolidora. As composições visuais de Copolla são impecáveis. No entanto, o que mais me prende são os ensinamentos de Dom Vito. Um exemplo deles é quando ao conversa com Michael, diz: “quem propuser o acordo com você será o traidor”. O Poderoso Chefão tem frases e padrões de comportamento que podem fazer você interpretar a vida. É curioso pensar que Brando não era a primeira opção para o papel e que Al Pacino foi a quarta escolha.

Essa é a minha lista. Enquanto finalizo o texto já me vieram três filmes para colocar, mas vou guardar, quem sabe faço um post do tipo “meus outros 10 filmes inesquecíveis”. Esses textos me ajudam a pensar na verdade irrefutável: escolher é perder. 


Um comentário:

  1. A Noviça Rebelde, ET e O mais longo dos dias não podem ficar fora da lista. Pelo menos na minha modesta opinião.

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