quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Anitta, Anitta, sempre Anitta






Estava escrevendo sobre Marcelo Odebrecht, Lúcio Funaro, Adriana Anselmo e Gilmar Mendes. No entanto, minha amiga Simone Lamim disse que eu deveria falar sobre o clipe da Anitta. Pensei melhor e achei que para o momento, o clipe da Anitta mereceria uma reflexão. Logo, atendendo aos pedidos do público, vou falar dela também.
A primeira consideração a fazer: Anitta é espetacular. Uma menina saída da periferia, conseguiu construir uma marca de respeito e ser notícia a todo instante.

Anitta não foi chamada para o Rock´n Rio em 2017. Foi tão falada quanto os artistas que foram ao convescote musical Anitta casou sem festa, pronto, virou trending topics. Anitta errou a letra do hino nacional, Anitta cantou na abertura das Olimpíadas. Anitta, Anitta, Anitta. Ela parece ser uma versão pop brasileira do filme “Quero ser John Malkovich”. Quem não conhece, está perdendo. Vá lá e tente reconhecer a Cameron Diaz.

Acho Anitta uma cantora correta. Não acho que sua voz comprometa quando se aventura por outras praias fora do funk. No entanto, acho Anitta uma artista gigante por causa do burburinho que consegue causar. Ela é uma figura pop, mistura batidão, drags, Bossa Nova e marketing. Mestre Gilberto Gil já percebeu. Num festival na Bahia há 15 dias chamou a menina para cantar com ele. O mesmo Gil que há exatamente 50 anos se apresentou ao lado de uma mutante e novata Rita Lee. Gilberto Gil é selo de qualidade.

A boca da Anitta já foi assunto, o peito da Anitta já foi assunto, o nariz da Anitta já foi assunto. Agora o derrière de Anitta é o assunto. Vi no Facebook  a amiga Ligia Lopes dizer que foi o máximo a cantora não ‘photoshopar” a bunda e mostrar as celulites. Também achei, mas me veio a dúvida se é a dela que aparece no começo do vídeo. Pode ter sido a de uma dublê, justamente para “causar” . Aliás, só vi o clipe por causa do comentário da Ligia.

Eu achei o clipe uma grande brincadeira. A expressão da cantora e dos parceiros dela na música era de deboche. Expressão de quem sabia estar brincando com fogo e foi em frente. Não tenho “lugar de fala” de mulher, de funkeiro, ou de morador de comunidade, posso ser patrulhado por isso, mas vou dar minha opinião.

Como música, achei um grande deboche também. Uma música com melodia e ritmo simples, quase uma canção de roda funkeira. Não gostei, nem desgostei. Não é minha praia. Vi uma vez e está bom.

Acusam o vídeo de conter  hiperssexualização . Numa boa, não é nada diferente do que os rappers americanos apresentam. Anitta é poderosa há muito tempo. Obstinada, objetiva, debochada, e acima de tudo, livre. Ela se deu ao luxo de ser sensual brincando. Mais uma vez conseguiu marcar um gol. Nesse mundo de celebridades instantâneas, Anitta já está nele há bem mais do que 15 minutos.

Amanhã falo do Gilmar Mendes, outro poderoso debochado.

Se você estava em Marte e não viu, segue o clipe da Anitta:

PS – Enquanto escrevia esse texto Vai Malandra virou uma das 20 músicas mais ouvidas do mundo no Spotfy.


A Anitta deve estar rindo e muito.

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