quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Qual a árvore do seu Natal?





Meu time perdeu, minhas costas travaram, meu joelho avisa que o prazo de validade está vencido e o ano está acabando. Vá 2017, já deu pra você!

Apesar de todas as mazelas relatadas acima, essa época provoca em mim uma série de boas reflexões. A primeira delas é que a cidade precisa mudar de astral. As prisões de políticos importantes, as notícias de corrupção, atraso no pagamento dos servidores, policiais assassinados... Todos esses aspectos jogam as energias da muito heroica e leal cidade lá embaixo. 

Para piorar um pouco, pelo segundo ano seguido, a população ficou sem a árvore da Lagoa. Havia quem reclamasse do trânsito nos arredores, mas a verdade é que o símbolo natalino lembrava que estávamos no fim de mais um ciclo, prestes a abrir de novo a pista de dança para mais um ano. Muitas famílias vinham de longe, tiravam fotos e se divertiam no cartão postal.

A Paróquia São José, aquela igreja de vidro na Lagoa, guarda boas recordações para mim. Meus dois filhos foram batizados lá, em dias muito especiais. Como mostra a foto acima, quem passa pela paróquia São José se depara com uma árvore de Natal. Ela pode não ser cheia de pirotecnias como a outra que ficava no meio do espelho d’água, mas traz uma lição importante: sustentabilidade. Em vez da imponência da árvore do tamanho de prédios, ela foi construída com garrafas PET. 

Obviamente, não farei o jogo do contente. Sei que não dá para compará-la com a outra, se o quesito é tornar-se um cartão postal. No entanto, provoca a reflexão: qual a árvore do seu Natal? A impessoalidade e o consumo fazem com que pensemos em ter cada vez mais. A própria árvore que o “bancão” patrocinava acabava sendo um pouco assim. A cada ano que passava ia batendo recordes de altura e do número de lâmpadas. Minha mulher reclamava que durante o dia a árvore parecia um “trambolhão”. Como é arquiteta, ela não se conformava com o fato de não terem encontrado uma solução estética para isso. À luz do dia, a árvore grandiosa era praticamente um andaime enfeitado.  

O banco abandonou o espírito natalino e deixou de patrocinar a megaestrutura de metal. Veio da paróquia São José o recado: o que vale é o congraçamento de estar juntos e os símbolos de simplicidade e acolhimento que a árvore empresta a essa época do ano. 

Este é o último fim de semana do festival Natal Sustentável promovido pela paróquia. Há barraquinhas e cânticos natalinos. Tudo no melhor estilo de uma “quermesse natalina”. Em vez da música mecânica e da parafernália eletrônica teremos música ao vivo. No sábado, a partir das 8 da noite, o padre Omar, que é pároco da igreja de São José e reitor do Santuário Cristo Redentor, faz o show Natal in Samba. Padre Omar tem Um CD dedicado ao ritmo que é patrimônio imaterial da carioquice. 

O Rio precisa reagir, e o caminho da reação está na picardia da carioquice. Está no convívio entre a mãe de santo, o padre e o pastor. A forma de dar a volta por cima está no investimento que a gente faz para tolerar o outro, mesmo que ele vote diferente, tenha outro time ou ame de um jeito diverso ao nosso.

Quem sabe, ano que vem a Lagoa tenha de volta a árvore grande. Assim todos poderiam ser atendidos, tanto dos que gostam do cartão postal, como o de quem prefere um evento mais simples e acolhedor. 

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Poucas vezes percebi uma inversão de expectativa como a da atual novela das 21h. O que me faz constatar que a primeira fase demorou muito. Outra coisa, esse negócio de primeira fase é chaaaato!

Percebi outras coisas:

Em alguns momentos a fotografia da novela lembra Velho Chico, mas a escolha da música de abertura já mostra que a pegada é completamente diferente. O blues da abertura mostra que em vez de poesia, vai começar um espetáculo cru. O texto de Walcyr Carrasco às vezes exagera nisso. Num diálogo entre Estela, a personagem com nanismo, e um de seus pretendentes a moça falou “meu coração não é pequeno” ai, ai, ai. 

A Clara e a Duda estão de franjinha na novela das 21h. Acho que os cabeleireiros poderiam dar uma variada no penteado. 

Talento não tem idade, Laura Cardoso, Fernanda Montenegro e Lima Duarte em cena são um bálsamo para quem gosta de ver televisão. E está nascendo uma estrela: Bianca Bin.


Toda vez que o Sérgio Guizé entra em cena, tenho que aumentar a TV. Alguém precisa arrumar uma solução para isso. O Ator é bom, mas o jeito de falar está muito esquisito.

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