terça-feira, 28 de novembro de 2017

Segura o tempo, que eu quero ver






Cadê o ano? Vi isso num post da jornalista Fernanda Galvão e me fiz a mesma pergunta. 

Só falta um mês para 2017 ser passado. A sorte é que a gente usa pouco cheque hoje em dia. Errar o ano ao preencher o último cheque do talão em janeiro, “quem nunca?" Era um clássico. 

Alguns vão dizer que ainda está cedo para retrospectivas. Nossa, mas esse ano foi tão intenso que eu vou me dar ao luxo de puxar a fila. 

O ano da graça de 2017 começou com um “divórcio”. Depois de 19 anos assinei minha primeira demissão na carreira. Pela primeira vez como jornalista, não foi minha a decisão de sair. Fiquei mais seis meses na Rádio Globo administrando o fim da antiga emissora. Foi um trabalho desgastante, mais emocionalmente do que fisicamente falando. 

Ao sair da emissora em julho, fiquei como o “cachorro que caiu do caminhão de mudança”. Demorei uns dois dias para lembrar que tinha que trocar as informações no Facebook. 

Lembro-me de ter escrito que era como deixar a casa depois de anos. Verdade, aqui não há juízo de valor sobre o que aconteceu emissora, mas não era mais a minha casa. É como você se mudar do apartamento que morou a vida inteira e voltar seis meses depois. Os novos donos trocaram os móveis, as cores das paredes, o lustre da sala e a posição das camas nos quartos. Só o endereço é o mesmo, o apartamento não é mais o seu. 

Logo depois da saída, fiquei naquela fase do “ou caso, ou compro uma bicicleta”.  Como já sou casado há mais de 16 anos e tenho bicicleta, tive que pensar em outras dúvidas para prosseguir no caminho. 

Aventurei-me na tentativa do mestrado. Minha mulher me disse para fazer a prova deste ano, mas que não criasse expectativa, pois tem gente que se prepara o ano inteiro e eu só estudaria 15 dias. 

Com incentivo de dois grandes amigos, Marcelo Kischinhevsky e Mauro Silveira, lancei-me na empreitada.  Não é que deu certo? Passei para o mestrado acadêmico da PUC. Ou seja, depois de alguns anos, vou voltar à sala de aula como aluno. 

No ritmo que levava quando ocupava a coordenação da Rádio Globo, jamais teria condição de ter passado na prova. Então, trata-se de mais um caso do clichê “há males que vem para o bem”. 

Ainda me sinto como aquele cachorro perdido entre dois endereços sem saber usar GPS, mas aos poucos vou encontrando o caminho. 

E quase sem querer esbarrei nesse blog. No último sábado de setembro decidi ter um blog. Pedi ao meu filho que o criasse. Ele criou, me ensinou a postar o básico e lá fui eu. 

O resultado parcial é que faltando um dia para completar dois meses estou pertinho da marca de 21 mil visualizações (com certeza a marca será ultrapassada hoje). Teve post com mais de mil visitas. Fiquei honrado e surpreso que tanta gente tenha interesse em ler o que escrevo.

É um tremendo desafio escrever e publicar todos os dias. Sei que já falei desse esforço antes, mas nunca é demais lembrar. Esses alertas são antes de tudo medo da responsabilidade e da exposição. Não é “denguinho” para colher frases de comiseração do tipo: “nossa, quanto sacrifício”! Logo, minha total admiração a quem consegue escrever todo dia e ainda se dá ao luxo de escrever mais do que um post. A esses, minha expressão de reconhecimento tirada de um video-meme que meu filho me mostrou: “Tu é bichão meermo, hein”. 

Então, a saída da Rádio Globo foi mais um lugar que tive que passar para continuar o caminho. Bem, como ainda falta um mês para o ano acabar e eu pretendo manter o compromisso de escrever todos os dias, é possível que ainda faça outras retrospectivas do ano. 


Vamos combinar então que essa é a retrospectiva 2017- primeira parte. 

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