terça-feira, 29 de maio de 2018

O não-voto é tudo que os maus políticos querem

Vejo crescer nas minhas relações e até mesmo na rede social uma pregação do não-voto. Acho que essa opção é a pior que pode acontecer. Dentre outras coisas um WO eleitoral da vantagem ao candidato mais mobilizado. 

Na verdade em vez de não votar, deveríamos valorizar mais do que nunca essa que é a arma mais poderosa que temos. 

A eleição que interessa nem está sendo considerada. Cada dia surgem novas especulações sobre cenário na escolha de presidente. O problema é que não temos ideia quem são os candidatos à Câmara, ao Senado a às assembleias legislativas. 

Devemos prestar atenção aos  nosso votos no legislativo. A formação do nosso congresso é um dos problemas mais graves do Brasil. 

Para citar alguns, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Romero Jucá, Geddel Vieira Lima, Ciro Nogueira, Jorge Picciani, Paulo Melo, Edson Albertassi... Todos integrantes das casas legislativas. Foi nesse espaço, pouco vigiado e fundamental da vida pública, que todos armaram seus balcões de negócios e interesses escusos. 

E temos que parar de olhar a eleição de deputados e senadores como algo menor, que importante mesmo é quem vai se eleger presidente. Não é, quanto mais qualificado for o Congresso, mais chance o país tem de sair do atoleiro ético que se encontra. 

O presidente da República não governa sem o Legislativo. Dessa dependência  nasceram as negociatas que há muito corroem as instituições brasileiras. 

O ocupante do Palácio do Planalto é tutelado pelo Congresso. Tem a caneta para “comprar” apoios, mas é vítima preferencial das chantagens e do toma lá dá cá. Cunha aceitou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff depois que três parlamentares petistas não toparam defendê-lo no Conselho de Ética. 

Temer ainda não caiu porque usou de tudo para que sua denúncia não fosse aceita na Câmara. É no Congresso que reside a força. E no meio disso tudo, dois movimentos parecem calculados milimetricamente para tutelar de vez o cargo de presidente. O primeiro: a presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, vai levar ao plenário uma discussão se a mudança do sistema de governo pode ser feita por emenda constitucional. 

Se o entendimento do Supremo for que sim, virá o segundo passo. Um movimento no Congresso para a adoção do parlamentarismo, ou semipresidencialismo. 

Nas duas vezes que a iniciativa foi posta em votação foi rejeitada pela população, em 1963 e 1993. A decisão do STJ livraria o Parlamentarismo do crivo popular. O sistema seria adotado numa decisão deste Congresso viciado a que estamos acostumados. 

Então quem poderiam ser os primeiros ministros? As figuras que hoje dominam o Congresso: Renan Calheiros, Romero Jucá, Jáder Barbalho, vou parar a lista por aqui. 

Não votar é tudo que os maus políticos desejam. Assim, seu eleitorado cativo garantiria a continuação dos desmandos e do atraso. Além disso, se conseguirem aprovar o parlamentarismo, teriam o controle evidente das decisões do primeiro-ministro. 

Você pode discutir se o presidencialismo é pior ou melhor do que o parlamentarismo. O que não dá para discutir é a qualidade do colégio eleitoral que escolheria o primeiro-ministro. Essa qualidade a gente vê todo dia nos jornais, radiojornais e telejornais. 

Um comentário:

  1. Dois problemas: teremos candidatos íntegros? Eles terão espaço para propaganda com acesso do público?

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