segunda-feira, 21 de maio de 2018

O primeiro treino a gente nunca esquece

As segundas-feiras de maio foram marcantes. A do dia 7, eu tive o infarto. A do dia 14 significou a retomada de atividades corriqueiras de vida fora do hospital e a do dia 21, o começo da minha reabilitação cardíaca. 

Como não fiz minha parte anteriormente, fui para academia, como manda o tratamento. Cheguei à clínica por volta das 11h da manhã. Eu era o paciente mais novo, com sobras para o segundo colocado. 

Por ser calouro, tinha que aprender os trâmites. Dirigir-se ao local onde ficam o frequencímetro e o polar, aquele sensor que a gente coloca no peito para medir os batimentos. 

Depois você deve se pesar. É a fase do choque de realidade em que você percebe o longo caminho pela frente. 

Na sequência você se senta em frente ao médico que faz as perguntas de praxe e avisa que num primeiro momento, vou estranhar a facilidade das atividades propostas. 

O que diferencia essa estada na clínica de uma ida comum à academia é o fato de você fazer dois eletrocardiogramas durante o treino, além de sua pressão ser aferida, para que não haja surpresas desagradáveis. 

O desfibrilador cardíaco fica num lugar bem visível. Afinal, trata-se de uma reabilitação cardíaca. Vai que...

O primeiro exercício foi na bicicleta, com uma carga tão baixinha que me deu até vergonha. Na esteira, a velocidade era tão baixa que nem parecia exercício. 

Ao final do treino as atenciosas enfermeiras perguntaram se eu estava cansado. Com um certo ar de vitória, disse que não. Pois bem, duas horas depois deste treino leve, me encontro com dor nas pernas e nos braços. Obviamente que a culpa não foi do médico que me passou a série. Foi da minha total falta de condicionamento físico. 

Na sexta-feira eu já havia sentido o tamanho da encrenca. A médica que fizera minha avaliação inicial deu um panorama nada animador. Minha taxa de gordura era alta e eu estava para lá da metade mais fora de forma para bípedes da minha idade. 

Então é isso. Vou recorrer a todos os pensamentos de autoajuda possíveis. Um edifício não se constrói pela cobertura, não existe gol que valha por dois e vai ter que ser um quilo de cada vez. 

Logo, o negócio é andar no melhor ritmo que eu conseguir, a esteira dá uma ilusão de você não sair do lugar enquanto caminha. Na verdade a esteira é passaporte para andar mais rápido e ir mais longe

Espero que a dor no joelho passe antes do próximo treino.

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