quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Balanço de carnaval o prefeito abandonou o emprego





Um bloco e quatro cervejas. Esse foi o saldo do meu carnaval. Sim, não tenho perfil do folião. Confesso que sinto até um pouco de inveja dos meus amigos que postaram milhares de fotos em centenas de blocos por aí. Talvez ano que vem eu consiga me inserir melhor na festa. 

Vi os desfiles no meu sacrossanto lar, cochilando quando a escola me parecia desinteressante e vibrando com a Tuiuti, principalmente. Aliás, a apuração vai ser acirrada, mas dificilmente o título escapará de Beija-Flor ou Salgueiro. 

Falando da cidade como um todo, acho que o carnaval serviu para comprovar algumas coisas: Temos um governador inepto e um prefeito inexistente. Fomos saqueados por uma quadrilha liderada pelo maior bandido que já pisou por essas paragens. Juntar Pezão e Crivella nos dois principais postos do executivo fluminense formou uma “tempestade perfeita”. O Rio não passou incólume por essa configuração política. 

Não acredito que a cidade esteja ferida de morte. No entanto, a situação é preocupante. Os que  deveriam organizar a retomada largaram o barco. Quem cuida da segurança foi se recolher na cidade natal. O responsável pela cidade tirou “uma folguinha” para visitar a Europa. Pezão ainda tem a desculpa que não se ausentou do estado, mas O caso de Crivella é o típico abandono de emprego.

Não acredito que só houve violência no carnaval do Rio. Até porque, se eu der bobeira com meu  celular  na “pipoca” de Salvador, no Galo da Madrugada, em Recife, ou no bloco da Favorita , em Copacabana, o resultado será o mesmo: ficarei sem o aparelho. 

Na época áurea das UPPs, os bandidos se sentiam intimidados. O problema é que agora eles têm certeza que podem atacar porque a reação é quase inexistente. Um caso símbolo da falta de medo foi o policial civil que tentou impedir um assalto num bloco, foi cercado por vários bandidos e apanhou. 

Luiz Fernando Pezão e Marcelo Crivella não se mostraram do tamanho necessário para ocuparem os cargos em que estão. A população do Rio tem que mostrar a eles esse repúdio. 

O Rio não é uma cidade sitiada, mas a impressão que está abandonada é devastadora.  Conheço casos de pessoas que cancelaram viagens para cá pelo medo de serem assaltados em qualquer lugar. Triste foi a sugestão do governador que a divulgação pela imprensa piora tudo. Discurso batido de quem não sabe o que fazer. 

Vamos reagir. A primeira coisa é não se deixar levar nessa histeria que o Rio é o pior lugar do mundo. Não é. Tem as mazelas de uma grande metrópole mal administrada. Nossa outra arma é o voto consciente. Outubro está logo ali, dizer que não vai votar e que não confia em ninguém é fazer o jogo de quem não quer que nada mude. 

A população tem que cobrar das autoridades organização e policiamento para a festa e para o dia a dia. Como? Mandando suas críticas por e-mail, carta, redes sociais e telefone. Comparecer às cerimônias públicas em que eles estiverem cobrando ações. Bandidos não se intimidam, nós também não podemos nos intimidar. 

No mais, espero que você tenha bebido do carnaval o que sua ressaca aguentou. Tenho fé que o próximo carnaval será melhor do que o que está acabando. O prefeito vai continuar o mesmo, o que é péssimo, mas vamos trocar de governador e de presidente. 


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