quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Melhor acordar antes de morrer de sede






A situação de desabastecimento na Cidade do Cabo me lembrou um filme de ficção científica. “Num futuro distante....”  O problema é que o futuro chegou. Diferentemente de uma mensagem publicitária positiva, o futuro chegou e mostra uma situação de extrema gravidade. 

Como recurso, as autoridades sul-africanas estão recomendando uma tática de “dedodurismo”. Pede que as pessoas fiscalizem seus vizinhos e impeçam que eles gastem água indevidamente. Para dar uma amenizada, recomendam que as pessoas não sejam agressivas e usem palavras amigáveis. 

No mundo de hoje, em que predomina o egoísmo, em que as pessoas “apontam o dedo” na direção das outras sem a menor cerimônia, é um risco o incentivo oficial a este tipo de atitude. Implementar uma fiscalização coletiva pode resultar na criação de tribunais paralelos. 

A reportagem de Sérgio Matsura, do jornal O Globo, informa que os moradores da Cidade do Cabo conseguiram reduzir o consumo nos últimos dois anos, mas mesmo assim, a medida ainda é insuficiente para evitar o colapso do desabastecimento. 

Engenheiros olham para o céu e torcem para que a chuva chegue. Os moradores do sertão brasileiro sabem bem qual é essa sensação. 

Na África do Sul são 4 milhões de pessoas se podem ficar totalmente desabastecidas em julho. O que a gente aprende com isso?

Continuamos a lavar calçadas com água potável. Na África do Sul é ilegal. Talvez fosse a hora de importarmos essa medida de lá. Além disso, deveria haver incentivo para que condomínios reutilizassem água. São Paulo já tomou um susto há 4 anos, o Rio deveria se preparar para evitar que o problema aconteça por aqui. 

Se você acha que as questões ambientais são algo distante, olhe para a Cidade do Cabo. Sem água potável, o ser humano morre. 

Não é absurdo pensar num cenário de pessoas quebrando casas, bebendo água das piscinas e matando por um copo de água.

E para piorar, os sul africanos enfrentam um período de instabilidade política, pois o ex-presidente Jacob Zuma saiu ao não resistir aos inúmeros escândalos de corrupção. Em seu lugar o vice-presidente, Cyril Ramaphosa, assumiu o governo.

O novo mandatário terá que administrar um país que a economia cresce pouco e está prestes a encarar um colapso social com a falta d’água numa das principais cidades do país.

E Ramaphosa não vai resolver a seca com uma intervenção federal. A solução é rezar para a entidade das chuvas dá uma força à população da África do Sul.

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