Que tipo de amigo você é?

Qual foi o último grande amigo que você fez? Aquele amigo que você pode ligar a qualquer hora, que tira dúvidas sobre como se escreve uma palavra, desabafar sobre o que desagrada, essas coisas de amigos? 

Tem uma determinada hora da vida que a gente deixa de colocar essas pessoas para dentro do barco e prefere navegar com quem já está. 

É uma atitude comum, mas não é aconselhável. Por exemplo, o movimento das ondas faz com que antigos tripulantes acabem sendo lançados ao mar. Você também está sujeito aos efeitos das tormentas em outras embarcações e pode cair na água. 

Quantas vezes você já olhou uma foto antiga com grandes amigos e lembrou a cumplicidade capturada na imagem? Logo depois você se pergunta onde estão aquelas pessoas. Às vezes você não vê ou fala pessoalmente com elas há mais de 10 ou 20 anos. 

Acho que uma das necessidades da vida é manter acesa a chama da amizade. É difícil. Rotina, interesses e trabalhos diferentes afetam as relações. 

Na vida você constrói vários tipos de amizade. Temos amigos atemporais, aqueles com quem se fala do ontem, do hoje e do amanhã com o mesmo entusiasmo. 

Existem aqueles que são os amigos “datados”. Vocês sempre vão falar de como eram felizes, das grandes bobagem que fizeram e como forjaram a cumplicidade. Corre-se o risco deste amigo não saber o nome da sua mulher ou dos seus filhos. Paciência, cada amizade tem uma característica.

Há os amigos cáusticos, que lhe fazem rir na crueldade de suas opiniões. Tem o amigo-ombro, aquele com quem você chora. Tem o amigo-choro, a quem você dá o ombro. 

E vamos nós navegando pela vida. Ás vezes em “mar de almirante”, quando achamos que o leme é um complemento dos braços. Outras vezes “navegados”, Ave mestre Paulinho da Viola! É muito importante a escolha dos tripulantes da embarcação.

São Ptolomeu foi um apóstolo. Ele escreveu um evangelho descoberto há 47 anos em Creta. No texto tem uma frase que explica um pouco esse sentimento. 

“Viver é entender que para preservar o laço, é necessário entender a imperfeição da corda”.