sábado, 20 de janeiro de 2018

Domingueira da Rádio Globo




Recebia uma mensagem do Giovanni Faria enquanto dava aula: "a partir de 29 de julho entra no Ar a Domingueira da Globo, um programa apresentado por você”.

Era 2012 e eu havia voltado para o SGR a convite do próprio Giovanni dois anos antes. Apresentei programas antes e depois da Domingueira, mas sempre a terei num lugar especial. O motivo é simples. Planejei o programa com total autonomia, fiz as entrevistas que achei pertinentes e os quadros que pensava serem corretos para o horário. Toquei as músicas que gostava, mas acima de tudo, fiz o programa com pessoas em quem confiava.

Então, no dia 29 de julho começava a minha aventura de 8 meses como apresentador titular de um programa na Rádio Globo. Como o nome indica, a Domingueira era semanal, em formato de revista eletrônica e a obrigação era se divertir e curtir a vida, como eu falava no fim do editorial de abertura.

A Domingueira foi o projeto pelo qual tenho mais carinho em toda minha trajetória no rádio. E o que é muito importante: era uma obra coletiva. Quem tinha uma ideia e quisesse colocar no programa, me apresentava e a gente ia em frente. Foi assim com o professor Narigueta, feito pelo Fabio Azevedo para falar de futebol. Funcionou assim também a criação do Mundo Animal, produzido pela Karla de Lucas, para falar da grande paixão dela, os bichos.

Conversei com a coordenadora do Cedope do SGR, Wanessa Canellas, e reeditamos o quadro Rádio Memória, que ela fazia no programa do José Carlos Araújo, mas que depois da saída dele da emissora não foi mais transmitido.

O quadro Domingueira Debate era uma conversa entre algumas pessoas da redação, numa tentativa de levar ao ar os assuntos jocosos que conversávamos nos bastidores. Tinha o quadro Próximos Capítulos, em que eu e a repórter Marcela Capobianco falávamos o que iria acontecer na novela das 9 da TV Globo. No período que o programa durou, as novelas Avenida Brasil e Salve Jorge foram os temas. O embrião do podcast Novelando estava nesse quadro.





A Domingueira da Globo só foi possível porque três pessoas abraçaram o projeto. As produtoras Cintia Brand e Marcela Capobianco e o mago da sonoplastia Marcelo Louro. O cara já operou o programa do Haroldo de Andrade e abraçou a causa, dirigindo as gravações, aconselhando temas, indo muito além do que precisava ir.

Cintia e Marcela marcaram entrevistas e atrações maravilhosas. A gente conseguiu levar artistas ao vivo no estúdio domingo à noite. Isso não é pouco. Entrevistamos Martinho da Vila, Lenine, Luiz Melodia, Leoni, Hyldon, Péricles e tanta gente, que ficaria difícil de listar.




Acho que a Domingueira, para usar uma metáfora do Galvão Bueno, separou o menino do homem, na minha vida diante do microfone. Foi escola e foi piloto de um rádio que eu acreditava. Um veículo que emociona, informa e faz rir. E claro, presta serviço.

Obviamente, nem tudo que vivi foi flor e perfume. Eu tinha um estilo diferente, minha voz não é a voz clássica de um apresentador e eu estava na chefia. Claro, houve resistência. Seria uma ilusão pensar que não haveria.

Um dia recebi um elogio inesperado ao programa. Loureiro Neto passou por mim no corredor e disse: “o programa está redondinho. Começo a ouvir quando vou para a cama e não consigo dormir. Está no caminho certo, parabéns”.   

Para a história da Rádio Globo teve pouca ou nenhuma importância. Para minha vida profissional, a Domingueira da Globo foi talvez a mais gratificante, divertida e significativa experiência radiofônica. Foi fugaz, afinal, foram só 8 meses, mas foi intensa e feita com muita vontade por quem se envolveu.


A vida só vale se for divertida. Então, curta a vida!

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