quarta-feira, 18 de abril de 2018

Aécio não é nem “churrasquinho de 5ª”

Impressionante, o destino da família Neves parece não ser o de presidir o Brasil. Numa das eleições mais apertadas da história, Aécio Neves perdeu a Presidência em 2014, mas se credenciou para comandar o PSDB e provavelmente ganhar a eleição em 2018. 

No entanto, no meio do caminho aconteceu o escândalo da JBS  e muitas acusações para ele dar conta. No intervalo de 4 anos, o neto de Tancredo Neves passou a viver um ocaso político. Seria necessário um efeito “fosfosol ao contrário” para deixá-lo apto a disputar com alguma chance eleições presidenciais no Brasil.

Como bem definiu Bernardo Mello Franco, em O Globo, Aécio é fósforo queimado. Não apostaria em celeridade no seu processo no STF, mas mesmo sem condenação, seu filme com os eleitores está bem queimado. Se conseguir ser candidato, deveria tentar a vaga na Câmara, para não correr o risco de ficar sem mandato e sem foro. 

No entanto, pessoas com bom senso não devem usar a transformação de Aécio em réu para proferir frases do tipo “pau que dá em Chico, dá em Francisco”, numa comparação rasteira com o caso do ex-presidente Lula. Em primeiro lugar, não é possível comparar o que aconteceu a um e a outro em absolutamente nada. Aécio foi protegido de todas as maneiras pelos pares. O Joesley-gate explodiu ano passado. Levou um ano para que a denúncia contra Aecio fosse acolhida.  Em segundo lugar, não há uma prova tão contundente contra Lula como as que incriminam o senador mineiro. 

Aécio era filé em 2014, hoje não passa de carne de quinta. “Fritá-lo” não gera nem um cheiro digno daqueles “churrasquinhos de gato” vendidos em alguns lugares do Brasil. 

Se a justiça brasileira não estivesse com a venda levantada, escolhendo quem é igual perante a lei é quem não é, outro tucano estaria enrolado. Geraldo Alckmin seria investigado pela Lava-Jato por crime de corrupção e não pela justiça eleitoral. 

Alckmin estaria na pole-position das investigações da Lava-Jato. Comandou o estado mais rico do Brasil e há fortes indícios de relações pouco republicanas com empreiteiras. Como sabemos, numa manobra conseguiu responder só pro crime de Caixa 2. No entanto, sua largada frouxa na corrida presidencial o coloca em posição de fragilidade. Não duvidaria se o nome de Doria começasse a ser aventado para o Planalto, deixando Alckmin como candidato ao Senado. 


Mas é tudo especulação. O certo é que o “Centro” ficou em polvorosa quase libidinosa com o desempenho de Joaquim Barbosa nas pesquisas. Esta eleição promete fortes emoções. 

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