domingo, 1 de abril de 2018

Domingo de Páscoa. O Rio precisa renascer

Quem matou Marielle e Anderson? A pergunta não é retórica. Respostas retóricas já temos. A questão que se coloca para a polícia do Rio de Janeiro é prática. Foi enfim cometido um crime perfeito?

Bem, diante da baixa taxa de resolução de homicídios da nossa polícia, não descobrir assassinos não pode ser parâmetro para considerar um crime perfeito. 

O crime bárbaro aconteceu há 18 dias e as autoridades da segurança não conseguem achar os criminosos. O jornal de sexta-feira trouxe uma manchete “assustadora”: Polícia diz que assassinato de Marielle foi crime político. 

Naquela altura já havia 16 dias da morte e a polícia faz esta revelação “surpreendente”. Ora, assim que as mortes da vereadora e do motorista foram divulgadas, já se sabia que o crime fora político. Ou seja, se nossa polícia demorou 16 dias para confirmar algo que todos já sabiam, fico imaginando que a prisão dos assassinos deve acontecer lá por 2035. 

O fato é que as folhas do calendário já viraram. Março ficou para trás. Uma sensação de impotência e de impunidade aumenta consideravelmente a cada dia em que a polícia não dá respostas sobre os assassinatos de Marielle e Anderson. 

Vamos relembrar algumas coisas: 1) Marielle foi assassinada com 9 tiros, sendo três na cabeça. Coisa de profissional. Isso já é um filtro para as investigações. 2) As balas usadas para matá-la eram de um lote desviado da Polícia Federal. 3) Ela vinha denunciando condutas criminosas de policiais. 4) Marielle era contra a intervenção. 

Esses são alguns fatos sobre as mortes de Marielle e Anderson. A polícia deve ter muito mais. Enquanto o crime não é resolvido, o Rio afunda. O estado precisa de 3 bilhões para tapar o rombo no orçamento da segurança. O governo Temer que inventou a intervenção, só vai liberar 1,2 bi, ou seja quarenta por cento do necessário. 

Enquanto pensava como jogador de “War” (vocês lembram do jogo de tabuleiro?), Temer não previu que teria muito mais com que se preocupar. José Yunes e Coronel Lima fazem parte de seu círculo mais íntimo. Os dois já foram soltos, mas o Planalto teme os desdobramentos de mais este escândalo. 

Brincar de “War” não resolveu a vida política de Temer. A intervenção não disse a que veio até agora. Vivemos num estado quebrado, em que ser atingido por a bala perdida ou achada é democrático. Qualquer um pode ser vítima. 

Enquanto escrevo este texto, alguém pode ter perdido a vida por estar no caminho de uma bala que ninguém consegue impedir o disparo. Foi o caso da menina Brenda Valentina, de 2 anos, morta em Mangaratiba durante um assalto. Para a família dela a Páscoa vai representar o fim trágico de uma vida inocente e não ressureição. A política de segurança parece andar em círculos, como faz o cachorro ao andar atrás do próprio rabo. Ou como faz intencionalmente este texto que se encerra com a mesma pergunta que começou: quem matou Marielle, Anderson, Brenda, Davidson... o Rio?


Um comentário:

  1. Hoje é o dia da Ressurreição!
    Prefiro focar na esperança, na vida nova, na redenção, na fé e na misericórdia.
    Que eu seja capaz de começar de dentro para fora uma mudança de atitudes e sentimentos para atingir o maior número possível de gente à minha volta. Feliz Páscoa ❤

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