domingo, 15 de abril de 2018

Corrida presidencial: melhor dar uma olhadinha no retrovisor

A pesquisa Datafolha mostra que Lula está na frente de uma disputa em que provavelmente ficará de fora. Nos cenários em que ele está no páreo, seus 31% são maiores do que a soma do segundo e terceiro colocados, respectivamente Jair Bolsonaro e Marina Silva com 15% e 10%. 

Impressionante que mesmo preso, levando um bombardeio de boa parte da mídia, Lula consegue se manter liderando. Prova do êxito da sua narrativa sobre a prisão. 

Nos cenários em que Fernando Haddad é o candidato do PT, constatamos o tamanho da encrenca do partido. O ex-prefeito de São Paulo tem apenas 2% das intenções. 

Sem Lula, Bolsonaro sobe, mas Ciro Gomes e Marina Silva são os mais beneficiados com a saída do petista. Ciro quase dobra seus 5%, indo para 9%. E Marina diminui de 5 para 2 pontos percentuais a diferença para Bolsonaro. A candidata da rede chega ao empate técnico na liderança com Bolsonaro (17X15 para o candidato do PSL). 

Geraldo Alckmin é candidato há praticamente 4 anos e seu percentual varia de 6% a 8% nos diferentes cenários. Se o staff do ex-governador paulista não estiver com a luz vermelha ligada, deveria. 

Outro nome em destaque é o de Joaquim Barbosa. O ex-ministro do Supremo está com 9% das intenções de voto. Considerando que esta é a primeira aventura eleitoral dele, os números são animadores para o PSB. 

A numeralha só serve para análise se tirarmos a matemática e colocarmos política nela. Bolsonaro, Marina, Ciro, Barbosa e Alckmin são os candidatos competitivos sem Lula. Para variar, o MDB de Renan, Jader e Sarney será o fiel da balança. Meirelles e Temer têm desempenhos pífios, logo as raposas vão abandonar o barco. Sem Lula, acho que farão uma primeira aposta na cesta de Alckmin. Esta eleição é uma “briga de foice no escuro”. No entanto, só se ganha pleito majoritário com máquina partidária. O MDB tem a máquina e não tem nomes. Onde vislumbrar chance de continuar no poder, vai sentar pouso e concentrar esforços, mesmo que disfarçadamente. 

Se o “Santo” Alckmin não crescer pode perder a chance. Não duvido que numa patinada tucana, haja um embarque emedebista no “mundo assombroso” do capitão. 

Enquanto a bola rola na Rússia, muita coisa vai rolar no submundo político brasileiro. Alianças, promessas, casamentos e traições. 


Diante da indefinição do cenário sem Lula, olhei pelo retrovisor e me assustei. Jânio Quadros, Fernando Collor... o Brasil teima em não aprender. 

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