quinta-feira, 15 de março de 2018

A tragédia de Marielle Franco

Marielle Franco foi mártir de nossas instituições doentes. O assassinato dela tem todas as características de execução. “Cria da Maré”, como gostava de dizer,  a violência, velha conhecida que tanto combateu, lhe colheu a vida na cidade sob intervenção federal na área de segurança. 

Marielle começou sua militância ao perder uma amiga vítima de bala perdida e lutou até o fim precoce da vida. Em suas redes sociais deixou no último sábado uma mensagem denunciando a truculência da polícia em Acari. 

A intervenção militar na segurança pública tinha o objetivo de evitar crimes como o assassinato de Marielle. No entanto, a ação dos bandidos traz uma mensagem. Eles continuam agindo, independentemente do teatro armado pelo Governo Federal.

O general Braga Neto terá que administrar a crise mais séria desde que assumiu a responsabilidade de pacificar o Rio de Janeiro. A polícia que ele comanda terá que ser eficaz e responder rapidamente à sociedade quem matou Marielle Franco. 

Marielle era o tipo de pessoa que incomodava alguns. Colocava o dedo na ferida das desigualdades sociais entre asfalto e favela. Militava pela igualdade de gênero, ou seja, tinha lutas inglórias e extremamente necessárias. 

Depois de trabalhar 10 anos com Marcelo Freixo, se tornou a quinta vereadora mais votada do Rio em 2016. Nessa nova tribuna, ela continuou seu combate. 

Mas pessoas como Marielle colocam a própria vida em perigo, justamente por lutar pela vida. Vivemos numa sociedade em que o banditismo e as autoridades policiais se misturam. E nesta lógica perversa, gente como Marielle Franco precisa ser calada. 

A morte de Marielle Franco é um símbolo. A luta que ela empreendeu em vida precisa continuar. As pessoas de bem tem que se indignar e gritar contra as injustiças. 

O assassinato de Marielle Franco é uma tragédia. O momento é de solidariedade com a família e de cobrança por uma solução rápida do crime. General Braga Neto, e agora?








2 comentários:

  1. Lamentavelmente já tem gente postando no FB que ela morreu pelas mãos de quem ela defendia... duvido! Morreu pelas mãos de quem ela incomodava!

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  2. Na verdade, todos os assassinatos de inocentes deveriam despertar nos senhores das forças de defesa a vontade de se tornarem sérios, respeitosos e responsáveis.

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