quinta-feira, 8 de março de 2018

Uma Ana e 8 Marias

Para mim todo dia é da mulher. Começo o texto com uma frase batida, mas totalmente verdadeira. Desde cedo tive contato com o misterioso mundo feminino. A começar pela mãe e as cinco irmãs que Deus me deu. Mulheres fortes que me ensinavam, contavam histórias e formavam a trilha sonora da minha vida. 

De cada uma desta mulheres que me cercaram na tenra idade, guardo as lembranças mais saborosas. 

Da minha mãe já falei num texto por ocasião do aniversário dela. Guerreira, saiu de Pernambuco com sete filhos com idades entre 14 e 2 anos para tentar a vida no Rio de Janeiro. Corajosa, geniosa e adorável. Nas lembranças ainda está aqui, apesar de ter partido há 17 anos. 

A Quitéria, minha irmã que já se foi, gostava de contar como aos três anos resolvi roubar a cena no casamento dela. Como minha mãe me amamentou até inacreditáveis 4 anos, eu gritei a cerimônia inteira querendo me alimentar. Ah, essas crianças manhosas! Minhas súplicas pelo peito materno viraram piada na família. 

Minhas irmãs Laodice e Edith me ensinaram a gostar de Jovem Guarda. Elas são loucas pelo Roberto Carlos e cantarolavam tanto, que eu acabei gostando também. 

A Judith, minha irmã mais velha canta lindamente. Além disso, gosto do frango assado que ela prepara. É delicioso. 

Minha irmã Helena chegava cansada do trabalho, mas quando ia jantar, me colocava do lado e amassava com as mãos um  bolinho de feijão e farinha e me dava. Aquela refeição era uma delicia. O gosto da infância enche minha boca e meus olhos de água. 

Para chegar aos dias de hoje, passo por minha sogra, que fez papel de mãe algumas vezes e de quem tenho muita saudade. 

Vou falar das mulheres mais importantes da minha vida. A começar pela minha filha. Linda, expansiva, bailarina e sorridente. Forte, entrou numa fase de controlar o que eu como. Pois é, minha sina com mulheres fortes continua. 

As oito mulheres que citei anteriormente traziam a marca de Maria na pele, como diria Fernando Brant. Alzira Maria, Judite Maria, Edith Maria, Quitéria Maria, Helena Maria, Laodice Maria, Ecila Maria e Clara Maria. 

Fui cercado por Marias, mas casei com uma Ana. A Bíblia conta que Ana é mãe de Maria e avó de Jesus. Logo a relação entre Anas e Marias é anterior à minha. Ana Claudia, nome duplo como todas as outras. A mulher que encontrei, com quem estou há 18 anos e que pretendo dividir o restante dos dias por aqui. Amor da minha vida, companheira e cúmplice. 

Apesar de não ser Maria, tem em comum com as outras 8 a personalidade forte e a disposição para encarar qualquer luta. 

Por isso, uso a frase lá de cima mesmo sendo um lugar comum. O universo feminino me cerca, logo todo dia é dia da mulher. 

Mas é justo e legítimo que haja uma data para marcar as lutas e as reivindicações. Luta contínua em questões, que mesmo a minha proximidade com tantas delas não me torna capaz de entender toda plenitude. 

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Somos mesmo "feitos um pro outro, pode crer. Por isto é que eu estou aqui ".
      Como os opostos se atraem e se completam, a minha história é cercada mais por homens do que mulheres.
      Esta legião de Marias que lhe cerca fez de você um homem sensível, leal e compreensivo à alma feminina. Mais que todos os que conheço de perto.

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  2. Parabéns pelo texto inspirado e feliz dia para todas as mulheres!

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  3. Concordo, Ana Cláudia. Parabéns a todas as Marias do "Creso" e a todas as demais mulheres guerreiras. A você,em especial, forte e firme, mas doce e amável sempre.

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