segunda-feira, 26 de março de 2018

Dezenove anos em dezenove fatos no Sistema Globo de Rádio


Como a SGR está deixando a Rua do Russel 434, resolvi fazer uma antologia de meus momentos lá. Como habitei aquele prédio entre os anos de 1998 e 2017, ou seja, 19 anos, vou fazer uma lista de 19 momentos que marcaram minha trajetória por lá. Os eventos não têm ordem cronológica ou de importância. É uma lista de lembranças. Bem, vai começar a brincadeira de Buzzfeed. 

1)- Soube da morte de minha mãe enquanto estava de plantão. Já contei a história num post, logo não vou me estender no assunto. 

2)- Enquanto fechava o Globo no Ar em 2003, minha mulher me ligou dizendo que meu filho resolvera chegar quatro dias mais cedo. Fiz o percurso Gloria-Humaitá em 10 minutos. 

3)- Estava preparando a pauta  dos repórteres mas sofria horrores com uma alergia. Inacreditavelmente, naquela época, a redação tinha carpete. Dei um espirro tão forte que travei a coluna. Fui levado ao hospital e fiquei 15 dias de cama. 

4)- Anunciar na Rádio Globo que o novo Papa se chamava Bento XVI. Ao voltar ao estúdio, soube que em outros veículos o novo pontífice se chamava Benedito. Imaginem o alívio de estar certo. Errar nome de papa deve garantir passaporte para o Hades. 

5)- Chegava pra trabalhar no plantão de carnaval de 2013 e uma produtora entrou na minha sala e avisou: o papa Bento XVI renunciou. Como não reagi, ela perguntou: “você entendeu?” Entender, eu tinha entendido, só não queria acreditar. 

6)- Atender uma ligação do comandante do Grupamento Marítimo e receber a informação: caiu um ultraleve em Mangaratiba. O Herbert Viana estava dentro. 

7)- Apresentar o primeiro Globo no Ar. A cabine de locução estava em obras e tive que ler o jornal na frente do Haroldo de Andrade. Tremi dos pés à cabeça.

8)- Ouvir de Gérson, o Canhotinha de Ouro, um longo relato sobre a tática para o Brasil vencer a Itália na final da Copa de 70. 

9)- Eu e o Luiz Mendes fomos os únicos a colocar o Brasil como campeão da Copa de 2002 no bolão da emissora. Aliás, todas as histórias que ouvi do Luiz Mendes na redação entram na antologia. 

10)-Apresentar a Domingueira da Globo. Durante 9 meses, o fim dos meus domingos era no ar, me divertindo. Eu era feliz e sabia. 

11)- Anunciar o naufrágio da P-36 na Bacia de Campos. Sair da redação, correndo, com a roupa do corpo para fazer a cobertura em Macaé. 

12)- Correr para pegar elevador e perceber um pouco antes que apesar da porta aberta, ele não estava no lugar. Seria uma queda livre de seis andares. Para ficar claro, eu não caí.

13)- O primeiro programa que apresentei na CBN. Um CBN Rio porque meu irmão Alexandre Caroli estava afônico. Soube que apresentaria o programa 10 minutos antes de entrar no ar. De novo, tremi dos pés à cabeça.

14)- O primeiro programa que apresentei na Globo. Globo Cidade. O titular, Eraldo Leite, estava de folga e fui para o microfone. 

 15) - Brasil 1 X 7 Alemanha. Não vi o terceiro, o quarto e o quinto gols. Saí para beber água e quando voltei a desgraça já estava consumada. 

16)- Acompanhar o anúncio do Papa Francisco e não entender a voz embolada do Camerlengo. 

17)- O 11 de setembro e a sensação de incredulidade das imagens vistas na televisão. 

18)- Meu último dia na CBN em 2007.  Saí chorando e deixando muita gente querida por lá. 

19)- Meu último dia na Rádio Globo em 2017. Saí de lá chorando, comendo bolo de laranja (o meu preferido) e recebendo uma salva de palmas, que realmente não me acho merecedor. 


4 comentários:

  1. Caramba, cair 6 andares em queda livre? Como você não teve algo grave?

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  2. Amor antigo, que não acaba. A mudança foi feita. Mudou tanta coisa que quase não precisava de caminhão pra levar o que sobrou. A história não muda. Foi escrita 19x19x19x19...capítulos para contar. Por isto o amor não acaba. Como? Não sei. Só sei que foi assim

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