terça-feira, 13 de março de 2018

Assim é se lhe parece

Fernando Henrique Cardoso fez um Ping-Pong com o colunista Ascanio Seleme do jornal O Globo. Foram algumas perguntas e FHC respondeu todas em rápidas palavras. 

Vocês sabem que na semana passada resolvi brincar de adivinhação. Um dos meus primos chegou a me chamar de Mãe Diná. Tendo em vista que estava brincando que tinha uma bola de cristal, ser chamado pelo nome da vidente me pareceu uma pilhéria natural. 

Como estou imbuído do espírito da “teoria da conspiração” achei que todas as respostas do grão-tucano construíram pontes para a possível candidatura. 

Duas respostas chamaram mais a minha atenção do que as demais. A primeira é que faltou fervor na defesa do nome de Geraldo Alckmin. Dizer que o governador paulista “é simples, é honesto  e olha pra o cofre”, parece mais a indicação para um bom gerente do que para um candidato à presidência. 

Ao ser perguntado sobre janeiro de 2019, o ex-presidente respondeu: “uma tremenda incógnita”. Ora bolas! Se o partido dele tem um candidato era o momento de pelo menos dar algum sinal de confiança na vitória. 

FHC falou de um tema importantíssimo na campanha deste ano: Segurança Pública. 

Questionado sobre intervenção, FErnando Henrique deu uma resposta vaga. “Necessária, quando a desordem é grande, mas tem que ser usada com prudência”. Além disso, apoiou a criação do Ministério da Segurança Publica. 

Sobre Lula, disse que gosta, mas afirmou que ele tem que pagar pelos malfeitos, ou seja, ficar fora da corrida presidencial. Fez movimentos em direção à Marina Silva, chamando-a de mulher de valor. 

Além disso, FHC afirmou gostar de Fernando Haddad, possível Plano B à candidatura de Lula no PT. 

Por Jair Bolsonaro, demonstrou um ar de superioridade, dizendo que não o conhece e que de vez em quando vê o que ele fala. Sobre Ciro Gomes, falou ironicamente das mudanças de humor do ex-governador cearense. 

Posso estar contaminado pelo título de uma peça de Pirandello:”Assim é se lhe parece”, mas a entrevista de FHC só reforçou minhas desconfianças. 

Repito, ele só sairia se Lula ficasse fora do páreo. Neste caso, não duvidaria de uma chapa FHC-Marina ou FHC-Rodrigo Maia. 

A verdade é que o Status Quo não quer nem Lula, nem Bolsonaro. Nessa indefinição, o nome de Fernando Henrique como uma espécie de paraninfo deste momento político poderia surgir com força. 

Para finalizar, FHC deu um recado ao empresariado. Se voltar à presidência vai lutar pela Reforma da Previdência, pauta prioritária para o andar de cima. 

No carnaval de 1949 Samuel Wagner entrevistou Getúlio Vargas e o resto virou história. Por via das dúvidas vou guardar o jornal de domingo. Vai que...

Mas como disse antes, neste espaço posso fazer levianos exercícios de futurologia. 

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