Adeus Bebeto de Freitas

Bebeto de Freitas, muito obrigado por alimentar o sonho de ganhar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Los Angeles. Hoje a gente entende que aquele time americano era um dos maiores de todos os tempos e a vitória era improvável.  O ex-técnico da seleção brasileira de voleibol morreu na tarde desta terça-feira, em Belo Horizonte, aos 68 anos. 

Bebeto mudou o vôlei brasileiro do lado de dentro da quadra. Conseguiu fazer com que um esporte praticado por poucos alcançasse expressão nacional e mundial. 

Tempos depois daquele sábado em 1984,lembro da semifinal do Mundial de 1990, quando ele treinava a seleção italiana e derrotou o time brasileiro em pleno Maracanãzinho. Bebeto não comemorava efusivamente. Ele, mais do que ninguém, entendia o peso da derrota. 

Bebeto percebeu em Bernardinho talento para seguir a carreira de treinador. E o resultado da aposta a gente conhece bem. 

Depois veio a vida de dirigente. Não sou botafoguense, mas acho que o Bebeto presidente não chegou perto do Bebeto treinador, mas a vida é assim mesmo. 

Bebeto de Freitas era sobrinho de João Saldanha, outro grande botafoguense que contribuiu muito para o esporte brasileiro. 

Eu fico com a imagem do Bebeto treinando a Bradesco/Atlântica em duelos titânicos com a Pirelli, de José Carlos Brunoro. 

Lembro de Bebeto dirigindo a seleção brasileira naquele jogo histórico com União Soviética no Maracanã. 

Bebeto é um dos personagens da época em que eu formava minha identidade esportiva. Estará sempre na minha galeria de ídolos por causa disso. Foi fazer companhia ao tio, ao Luciano do Valle, ao Nilton Santos e tantos outros.